Por gabriela.mattos
Brasília - O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou para a próxima sexta-feira o julgamento que deve levar à expulsão da sigla do senador Delcídio do Amaral (MS). O parlamentar, acusado pela sigla de ter traído o governo Dilma devido ao seu envolvimento com corrupção no "petrolão", foi preso sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, na última quarta-feira. 

"Trata-se de um julgamento político, pautado pelo nosso Estatuto e Código de Ética, visto que, do ponto de vista penal, incumbe ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar seguimento ao inquérito e posterior denúncia, assegurados ao senador o devido processo legal e a ampla defesa", diz o partido em nota assinada por seu presidente nacional, Rui Falcão.

PT deve expulsar Delcídio nesta semana: 'Traiu a confiança do governo Dilma'Agência Brasil

No texto, o PT volta a ressaltar o que chama de investigações seletivas por parte das autoridades em relação ao "petrolão", com "nítidas manobras para criminalizar a sigla como instituição", além de afirmar que o "Judiciário não trata com o mesmo rigor filiados de partidos de centro e da direita, haja vista a morosidade e parcialidade nos casos do mensalão do PSDB e do trensalão em São Paulo".

No entanto, o partido diz que, independente disso, o senador não pode ser eximido do delito que praticou. Gravações obtidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostram Amaral oferecendo pagamento de R$ 50 mil à família de Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, para que ele não citasse seu nome em depoimentos de delação premiada, além de ajuda para o ex-executivo fugir do País. E afirma que, para "recuar a ofensiva conservadora contra o PT", é necessário combater com rigor "comportamentos antipartidários que vicejam entre nós".
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"É inquestionável que o senador Delcídio traiu a confiança do PT, do governo Dilma, de quem era líder do Senado, e frustrou o seu próprio eleitorado", resume o presidente da sigla.
Na ocasião da prisão de Amaral, o partido votou em peso no Senado pelo fim de sua prisão. Mas ficou isolado na questão: dos poucos que votaram por sua soltura, 13 no total, 70% pertenciam ao PT.  
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