Por gabriela.mattos
Curitiba - Uma campanha contra os direitos dos deficientes físicos gerou muita discussão e polêmica nas redes sociais. Os pontos defendidos pelo movimento, como o fim das cotas em concursos públicos e a redução pela metade das vagas especiais em estacionamentos, pareciam absurdos para boa parte dos usuários. Mas o que ninguém esperava era que a ação promovida era publicitária.
Os integrantes do grupo publicaram na página do Facebook um vídeo, com a participação de Mirella Prosdocimo, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, explicando que a iniciativa buscava justamente alertar à população sobre os cuidados necessários aos deficientes.
Campanha contra direitos de deficientes físicos era ação publicitáriaReprodução Facebook

"Nós sabemos que vocês ficaram chocados com as reivindicações feitas pelo movimento. E esse choque é o nosso alívio. O desrespeito que aconteceu na Internet durou só um dia, mas as pessoas com deficiência enfrentam essa afronta todos os dias". E, logo em seguida, disseram para denunciar qualquer tipo de preconceito contra pessoas com deficiência.

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Apesar de terem o objetivo de alertar a população, boa parte dos internautas não aprovou a campanha, que teve mais de 3 mil curtidas no Facebook. Nos comentários, eles afirmaram que a iniciativa foi de "péssimo mau gosto" e "desonesta". A ação também foi desaprovada pela presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Rio de Janeiro (Adverj), Cinthya Pereira. Para ela, uma campanha assim cria um ambiente "hostil" na Internet.
"O movimento a favor das pessoas deficientes já existe com muitas frentes de trabalho, como em blogs e fóruns de discussão. Fazendo dessa forma, você vê um ambiente hostil, muitas mensagens carregadas de preconceito, discriminação e discursos de ódio. Como você vai avaliar quem aprova ou não a campanha dessa forma? É um retrato fiel da sociedade ou foi o resultado foi plantado pela equipe de marketing da empresa? Não tem como saber", destacou Cinthya.
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Reportagem da estagiária Gabriela Mattos