Por rafael.souza
Rio - O início de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff teve ampla repercussão internacional e ganhou as manchetes dos principais jornais ao redor do mundo. A decisão que foi tomada no final da tarde dessa quarta-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, rapidamente repercutiu nos jornais do planeta.

O The Washington Post afirmou que a presidente enfrenta o risco de impeachment em meio a outras “desgraças”, destacou. O jornal americano classificou o congresso brasileiro como "inimigo jurado da líder sitiada". Ainda de acordo com a publicação, a maioria dos analistas políticos diz ser improvável que se alcance dois terços dos votos na Câmara dos Deputados. "Rousseff contesta fortemente as acusações", diz, ainda, o periódico. Ainda sobre a presidente, o Washington Post diz que "ela mesma não enfrenta acusações de irregularidades no escândalo de corrupção".

The Washington Post repercute a decisão de Eduardo Cunha contra Dilma Reprodução / The Washington Post

The New York Times também destacou em sua página online a situação da presidente. O jornal considera Cunha como "um parceiro rebelde da coalizão governista", e diz que ele próprio está "lutando pela sobrevivência política em face dos pedidos de sua expulsão" e várias investigações por corrupção. A reportagem lembra que "dezenas de políticos, incluindo Cunha", têm sido implicados em um escândalo de corrupção na estatal Petrobras. Para o Times, o Brasil está "estilhaçando sob o peso da pior recessão do Brasil em 25 anos e de um escândalo de corrupção maciça".

O The New York Times chama Cunha de "parceiro rebelde da coalizão governista"Reprodução / The New York Times

Já o espanhol El País, diz que o governo Dilma está ofuscado pela crise política e econômica na qual o Brasil está imerso. O jornal ressaltou a fala de Cunha, que disse que a decisão não foi feita por "motivação política", chamando-o de "todo-poderoso líder da Câmara". De acordo com o espanhol, "o ultraconservador está envolto no escândalo da Petrobras e é dono de supostas contas milionárias na Suíça, que tudo aponta que tenham sido alimentadas graças a subornos". O El País chama a economia brasileira de "moribunda" e diz que ela é afetada pela crise política que se apoderou do país.

O La Nácion da Argentina destacou que a crise política no Brasil chegou nesta quarta ao seu ponto de ebulição. De acordo com o argentino, Cunha “ encurralado com a perspectiva de perder seu cargo por acusações de corrupção no escândalo de suborno da Petrobras”, surpreendeu ao aceitar um dos pedidos de impeachment contra o presidente Dilma Rousseff”. O jornal relembrou também o último caso de um presidente que passou por esse processo foi Fernando Collor de Mello, em 1992.

Último caso de um presidente que passou por esse processo foi Fernando Collor de Mello%2C em 1992Reprodução / La Naícon

Outro jornal argentino que destacou o processo de impeachment de Dilma, foi o Clarín. Para o jornal a presidente Dilma estava de “costas para a parede”e que o goverrno deverá recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão. O Clarín afirmou que a decisão de Cunha foi uma”chantagem”.

O Clarín%2C da Argentina%2C também noticiou a decisão de CunhaReprodução Clarín

O francês Le Monde destacou que “a ameaça de impeachment ronda sobre o Brasil”. O jornal da França afirmou que Cunha, já foi aliado da presidente, agora é o “seu principal rival”. O jornal seguiu dizendo que “ nas ruas de São Paulo, o anúncio da abertura do processo de impeachment foi bem acolhida por manifestações que vêm exigindo há meses que a (presidenta) saída do comando”.

Le Monde também divulgou o processo de impeachmentReprodução / Le Monde