A decisão foi publicada ontem no Diário Oficial. Ainda não existe prazo para a vacina ser disponibilizada. “Acredito que até o primeiro semestre de 2016 estará sendo vendida”, afirmou ao DIA, a diretora médica da Safoni-Pasteur, Sheila Homsani.
A baixa taxa de eficácia, em torno dos 66%, e o alto custo do medicamento, cerca de R$85 por cada dose, podem dificultar a incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Se considerarmos que, de cada mil pessoas vacinadas, 660 estarão protegidas,o índice não é tão pequeno”, disse a médica Sheila. Segundo ela, a vacina pode reduzir em 93% os casos graves de dengue que resultam em mortes, e em 80% as internações. “Isso causa grande impacto na saúde pública”, afirmou.
Sobre o custo da vacina, Sheila explicou que vai depender da quantidade de vacinas adquirida. “ Caso o governo federal inclua a vacinação no calendário público, esse preço vai ser bem menor”, esclareceu. O laboratório francês tem em estoque 100 milhões de doses.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a decisão de incorporação no SUS será estudada com prioridade e levará em conta critérios como a relação custo x efetividade, eficácia e população alvo. O preço da vacina em território brasileiro será definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
“Neste momento, somente o combate ao Aedes Aegypti é eficiente contra a multiplicação dos casos de dengue, chikungunya e zika”.
O Brasil é o terceiro país a aprovar a vacina, depois de México e Filipinas. Nesse países, a questão do preço da dose também é motivo de discussão.
Mutirão de combate ao mosquito chega à grande Tijuca
A Secretaria Municipal de Saúde começou hoje um mutirão contra o Aedes aegypti na região da Tijuca. O trabalho ocorre durante toda a semana e inclui atividades educativas de combate aos focos do mosquito transmissor da dengue, zica e chikungunya.
O principal objetivo é reduzir os criadouros residenciais - estimativas calculam que 80% dos focos estão nas casas. “É o pratinho da planta, a vasilha, a garrafa deixada no quintal, a caixa d’água destampada, qualquer recipiente que possa acumular água vira um criadouro do mosquito”, alerta a superintendente de Vigilância em Saúde, Cristina Lemos. “A melhor forma de se prevenir a dengue, a zika e a chikungunya é combatendo o mosquito”, completa.
O trabalho dos agentes de vigilância ambiental em saúde não para. “Mas eles sozinhos não podem vencer essa luta. Eles precisam da ajuda da população. As pessoas têm que ter a consciência de cuidar do seu próprio ambiente porque 80% criadouros do Aedes aegypti estão dentro das casas”, diz Cristina.
As equipes da Secretaria de Saúde contam com mais de 3 mil agentes de vigilância ambiental. Apenas esse ano foram feitas 9.476 milhões de visitas de inspeção a imóveis em toda a cidade, segundo dados da Secretaria. Os agentes orientam os moradores e acabam com os focos.
A Secretaria já levou o mutirão para outras regiões do município e chegará à Ilha do Governador e Grande Leopoldina já na primeira segunda-feira de janeiro, dia 4. Para ajudar, o morador também pode entrar em contato com a Central de Atendimento da Prefeitura, através do 1746, e denunciar possíveis focos do mosquito.
5 MINUTOS COM: ALEXANDRE MODESTO
?Coordenador Geral de Saúde da Grande Tijuca, Alexandre Modesto, reforça a importância da prevenção para evitar que o verão com altas temperaturas gere uma epidemia de dengue e zika no Rio:
A Anvisa aprovou ontem uma vacina contra a dengue. O senhor acha que ela pode comprometer os mutirões?