Por felipe.martins

Rio - Diante de um cenário em que três em cada cinco famílias estão endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), quem tem conta no vermelho deve buscar logo acordo com os credores para quitar dívidas, principalmente com instituições financeiras. Ao negociar, é possível fazer o valor do débito cair, em média, para menos da metade da dívida com redução de juros, revisão de cobranças em excesso e portabilidade de crédito. Em algums casos, os bancos dão descontos de até 70% para quitação da dívida.

“A troca de um banco por um que oferece juros mais baixos faz a dívida cair consideravelmente”, afirma Sonia Amaro, coordenadora da Proteste Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, referindo-se à portabilidade.

A primeira medida é analisar a real situação do orçamento e das contas pendentes para que se possa propor ao banco ou empresa credora uma negociação que deverá ser cumprida, orienta o especialista em Direito do Consumidor, Jansen Oliveira, do escritório Santos e Oliveira Advogados Associados.

Mutirões de negociação são apontados por especialistas como alternativa para reduzir dívidas e limpar nomeDivulgação

“Quem em dívida deve pegar a renda líquida e reduzir os gastos essenciais para ver quanto poderá destinar para a proposta de negociação”, diz. Ainda segundo Oliveira, uma forma eficiente para quitar os débitos é procurar empresas que oferecem renegociação coletiva.

“Essa modalidade traz benefícios por meio de descontos significativos”, aponta. Mas alerta: “Cuidado com as taxas de juros e multas cobradas, pois muitas vezes são abusivas. Não se deixe levar pelos parcelamentos longos”. Neste tipo de pagamento o consumidor costuma sofrer aumento considerável da dívida e não percebe devido ao valor baixo das parcelas.

Outra alternativa é participar de mutirões de negociações de dívidas. Neles, as empresas reduzem juros e estudam formas de facilitar o pagamento. Para negociar com o banco ou outro credor não é necessário contratar empresa ou pessoa que limpe seu nome, aponta Sonia.

“Entre em contato direto com os credores, negocie melhores condições de pagamento, combine o número de parcelas, qual será o dia de vencimento, juros e correção incidentes sobre o principal e seja pontual na quitação”, orienta a coordenadora da Proteste. Ela explica que a exclusão do nome do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ou Serasa está prevista no Artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor em até cinco dias após a negociação com a empresa.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento do Consumidor da CNC, o cartão de crédito é apontado por 77,9% dos entrevistados como o principal vilão, seguido dos carnês (15,4%).

SUGESTÕES

ANALISE O CONTRATO

Antes de renegociar a dívida com bancos ou empresas prestadoras de serviços, verifique se o contrato não tem irregularidades, como prejuízos consideráveis ou taxas a mais.

PESQUISE

É possível levar a dívida à outra instituição financeira que ofereça juros menores.

SUGIRA SOLUÇÕES

É necessário participar de forma ativa do acordo. Mas, para isso, faça propostas razoáveis.

ANALISE A PROPOSTA

Antes de aceitar o acordo, peça um tempo para refletir sobre as condições da proposta. Não aceita a primeira proposta feita.

SE NÃO HOUVER ACORDO, PEÇA AJUDA

Os núcleos de Superendividamento do Procon atendem gratuitamente os consumidores que estão com problemas.

FEIRÕES

Antes de buscar um acordo verifique se há mutirões para renegociar débitos e se a instituição financeira participa dessas negociações. Empresas prestadoras de serviços também costumam participar desses feirões para negociar as dívidas dos clientes.

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