Por bferreira
Rio - O contrato de concessão da Marina da Glória, cancelado pela Justiça Federal, já havia sido providencialmente alterado pela Prefeitura do Rio. A transferência da concessão era proibida em uma das cláusulas do documento, de 1996. Em 2009, o empresário Eike Batista precisou de um despacho do prefeito Eduardo Paes autorizando a transferência acionária. Eike também injetou dinheiro e nomeou Fabiano Crespo — responsável pela empresa que assinou com a prefeitura — na recém-criada MGX, a nova concessionária. A Procuradoria Geral do Município afirmou ontem que estuda medidas jurídicas sobre o cancelamento do contrato.
A MGX, depois que passou para o controle do grupo empresarial de Eike, apresenta, entre os administradores, o irmão do bilionário, Werner Fuhrken Batista e o presidente da REX, outra empresa de Eike, Marco Antônio Adnet. O nome de Fabiano Crespo foi retirado da sociedade, segundo certidão do Sistema de Registros de Empresas Mercantis (Sinrem).
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Réus e condenados no processo que tramitou na Justiça Federal, Crespo, a Prefeitura do Rio e o ex-prefeito e atual vereador Cesar Maia (DEM) foram procurados para esclarecer o motivo de a cláusula de transferência da concessão da Marina ter sido ignorada. Mas nenhum deles respondeu ao contato do DIA.
A REX voltou a afirmar que não é parte da ação e que, por isso, não pensa em recorrer. Segundo a empresa, como a decisão é em primeira instância, não produz efeitos imediatos. Ressaltou ainda que respeita a sentença do tribunal, acompanha o andamento e avalia que, por enquanto, as obras de revitalização da Marina dependem prioritariamente da aprovação do projeto pelo Iphan.
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