Rio - Na onda das manifestações que ‘nasceram’ na web em junho contra a alta das tarifas de ônibus, usuários de redes sociais se mobilizam para combater preços considerados abusivos em todo o país. A página no Facebook “Não pago preço absurdo”, por exemplo, conforme informou ontem a Coluna Digital&Tal do DIA, vai propor boicote em agosto a estabelecimentos que cobram caro. Produtos como leite, refrigerantes, legumes e remédios estão na mira dos consumidores que recorrem à internet para reclamar.
Esse tipo de projeto ganha força e, de acordo com especialistas, as empresas que não prestarem atenção vão sofrer abalos. Brasileiros indignados com valores altos de produtos e serviços se concentram nas redes sociais para adotar medidas fora delas. Na “Não pago preço absurdo” (http://goo.gl/aDlTU), que já mobiliza quase 900 usuários, o objetivo é denunciar o que está caro e fazer as marcas perderem clientes.
“Está passando da hora das empresas se preocuparem com protestos virtuais”, afirma Danilo Corci, um dos criadores do Boicota SP (http://boicotasp.com.br), que destaca preços abusivos e vai chegar no Rio ainda este mês. “Em um primeiro momento, é um desabafo para os contatos nas redes, mas a tendência é que o efeito chegue no bolso dos empresários”.
O consumidor está indignado. “As pessoas levam produtos de baixa qualidade porque o valor é mais baixo”, observa o aposentado Sidney Ferreira, 81 anos. A estudante Paula Beth, 19, espalhou pela rede que itens que usa para lavar o cabelo saltaram de R$ 10 para mais de R$20. Ambos trocaram de marcas por conta dos preços altos.
A professora Jurema Alves, 65, pagava R$ 10,85 em uma lata de leite em pó. “Passei a comprar outro a R$ 7,68”. Batata, tomate, refrigerante, remédios e muitos outros entraram para a lista do ‘basta’.
“A comunicação é de muitos para muitos. É preciso escutar as vozes da web”, analisa Marcio Gonçalves, especialista em mídias digitais.
Custo de vida do carioca é o segundo maior
O Rio foi avaliado como a segunda cidade mais cara do país para morar. Esse é o resultado do ranking do Custo de Vida, site colaborativo que reúne preços de moradia, alimentação, supermercado e transporte, entre outros. São mais de 1.700 municípios do Brasil que tiveram os dados divulgados.
Hoje, mais de 22 mil pessoas atualizam os valores. “As informações nos fazem ver o real custo de vida”, diz Lucas Franco, 25, criador do site.