Por tamyres.matos

Com um orçamento de R$1,1 bilhão por ano, 104 sindicatos de empresas filiados que representam 10.237 indústrias, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) está em processo eleitoral de escolha do novo presidente da entidade para os próximos três anos. E, depois de 18 anos à frente da entidade e seis mandatos, o atual presidente, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, vai enfrentar uma chapa de oposição. Do lado oposto está um adversário de peso: Ariovaldo Rocha, atual presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval).

A briga promete ser boa. Enquanto Eduardo Eugenio defende a continuidade do trabalho que vem realizando e diz ter a maioria dos sindicatos o apoiando, Ariovaldo Rocha afirma ser a renovação e que a atual gestão da entidade não representa mais os interesses da classe.
Além do alto orçamento, a federação tem forte atuação, por meio do Sistema S, em capacitação profissional, educação, saúde e cultura. Fazem parte do Sistema Firjan, o Senai, o Sesi, o Instituto Euvaldo Lodi (Iel) e o Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ).

Dia 19%2C representantes de 104 sindicatos vão eleger novo presidente que estará a frente de 10 mil indústriasDivulgação

Além das lutas nacionais, como a redução da tarifa da energia elétrica e os portos funcionando 24 horas, Eduardo Eugenio diz que um dos grandes avanços da entidade foi fazer com que as empresas saíssem de dentro dos muros, indo de encontro à sociedade por meio da expansão do conhecimento e da formação profissional dos jovens.

Já Ariovaldo Rocha quer trazer para dentro da entidade a experiência adquirida por anos à frente do Sinaval. Segundo ele, a entidade perdeu a capacidade de agir, de ser uma parceira do Estado na atração de investimentos e dos sindicatos como incentivo para a geração de empregos, renda e desenvolvimento do Rio de Janeiro.

CONHEÇA OS CANDIDADOS

'Tenho uma ampla maioria que me apoia'

Atual presidente da Firjan, Eduardo Eugenio é nascido no Rio, tem 66 anos e é graduado em Engenharia pela então Universidade do Estado da Guanabara, hoje Uerj. Sua carreira profissional está ligada às indústrias química e petroquímica, particularmente ao Grupo Petróleo Ipiranga, do qual foi membro do Conselho Superior e ocupou cargos executivos.

1. Por que ser candidato novamente?
— Para dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito aqui. Tenho o apoio de uma ampla maioria, com cerca de 80 sindicatos. Enquanto o outro lado só tem 20.

2. Quais foram os avanços nesses seis mandatos à frente da entidade?
— No início, montamos uma estrutura com gestão profissional, reduzindo custos e a burocracia que havia. Investimos em Educação e na qualificação da mão de obra para as indústrias. Teve também as conquistas nacionais, recuperação da Indústria Naval, redução da tarifa de energia e funcionamento dos portos 24 horas.

3. Quais as próximas ações, se for reeleito?
— Continuar o trabalho de ampliar a infraestrutura do Rio de Janeiro.

'Há uma insatisfação do papel da Firjan'

Ariovaldo Rocha é formado em Administração de Empresas e Direito, tem 63 anos e nasceu em Barretos (SP). Trabalhou em diversas empresas, como Roche, Yanes, Liebherr. No Rio, iniciou a atividade profissional no Estaleiro Mauá. O reconhecimento do trabalho desenvolvido o levou à liderança do setor, como presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

1. O que o levou a ser candidato?

— Um grupo de empresários da Região Serrana me procurou em maio porque estava insatisfeito com o papel da Firjan. Viram em mim uma alternativa real de mudança. Viram a experiência, como presidente do Sinaval, de ter participado da revitalização do setor naval no Brasil.

2. Quais principais pontos de sua plataforma?

— Nossas propostas estão calcadas em três pilares: participação, representação e ação. Como os sindicatos não participam das decisões da Firjan, não se sentem representados.

3. Por que a mudança?

— O quadro técnico da Firjan é altamente preparado. Porém, os estudos produzidos ficam nas gavetas.

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