Por bferreira

Rio - A defasagem entre a tabela do Imposto de Renda (IR) e a inflação até o fim do ano vai chegar a 62%. A estimativa é do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), baseada em projeções do Ministério da Fazenda de que ainda haverá aumento de inflação em 2013. Para tentar mudar o cenário para os próximos anos, o presidente do Sindifisco Nacional, Pedro Delarue, informou que será apresentado na próxima semana um projeto de lei ao Congresso, propondo nova base de cálculo para a correção da tabela do Imposto de Renda.

Segundo o presidente, a iniciativa do sindicato permitirá que a tabela seja atrelada à evolução da renda do trabalhador que faz a declaração do imposto. Dentro da proposta está o aumento de R$ 3 mil para R$ 12 mil do teto de dedução com gastos com educação no IR.

“Ou seja, se antes abateria um valor próximo de R$1 mil, o contribuinte conseguiria devolução de até R$4 mil com a escola do filho, por exemplo. Valor médio que o poder público gasta para manter o aluno na escola pública”, explica Delarue.

Sobre a base de cálculo, o presidente o Sindifisco Nacional diz que a proposta é ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que é um índice oficial do IBGE.

Atualmente, a correção da tabela do imposto é estipulada pelo governo em 4,5%, o centro da meta da inflação estabelecida pelo IPCA. O ajuste acontece desde 2007 e será feito até 2014.

“Como a tabela trata de Imposto de Renda, não se deve deixa-la atrelada a qualquer índice inflacionário, mas sim ao rendimento médio do trabalhador assalariado”, defende Pedro Delarue.

Campanha visa corrigir distorções

O Sindifisco lançou em maio a campanha ‘Imposto Justo’, que pretende convencer os congressistas a reduzir as injustiças fiscais provocadas pela não correção.

“Este ano, o reajuste da tabela ficará em 4,5%. Já a projeção de analistas financeiros para a inflação medida está em 5,75%”, diz Delarue. Ele informa que a campanha já tem mais de 11,4 mil assinaturas. Interessados podem aderir em www.sindifisconacional.org.br/impostojusto.

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