Brasília – Depois de atingir o maior valor em cinco anos, a moeda norte-americana caiu nesta quinta-feira. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 2,4320, com queda de 0,78%. A queda ocorreu em meio a uma série de intervenções do Banco Central (BC) para conter a alta do câmbio.
A moeda chegou a operar em alta por alguns momentos. Perto das 11h20, a cotação chegou a alcançar R$ 2,4537. No entanto, o câmbio caiu nas horas seguintes. Por volta das 13h45, o dólar chegou a ser vendido a R$ 2,4260, na mínima do dia. No entanto, o ritmo de queda reduziu-se ao longo da tarde, até a divisa fechar acima de R$ 2,43.
Pela manhã, o Banco Central rolou (renovou) US$ 986,4 milhões em contratos de venda de dólares no mercado futuro. A autoridade monetária também promoveu o leilão de até US$ 4 bilhões no mercado futuro com compromisso de recompra, mas o resultado dessa operação só vai ser divulgado nos próximos dias.
Na quarta-feira, a confirmação de que o Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, pretende reduzir os estímulos monetários fez a moeda norte-americana fechar acima de R$ 2,45 e atingir o maior nível em quase cinco anos. Na ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o Fed informou que pretende reduzir o programa de compras de títulos públicos (que injetam dólares na economia mundial) ainda este ano e acabar com os estímulos monetários até meados de 2014.
O Fed poderá aumentar os juros e diminuir as injeções de dólares na economia global, caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos. Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.
Além dos leilões no mercado futuro, nos últimos meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do dólar. O BC retirou parte do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.
A equipe econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país. O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também ficou isenta de IOF.