São Paulo - O Brasil passa por um período de "minicrise" decorrente das expectativas globais em torno do fim dos estímulos econômicos pelo banco central norte-americano, mas a economia do país continua sólida, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo ele, mesmo assim, essa turbulência --que terá um impacto menor do que outros momentos-- não afetou o fluxo de entrada de capital estrangeiro no país e que a economia brasileira continua sólida.
"Ela é uma minicrise que estamos vivendo, mas trará um impacto muito menor... porque a economia mundial está em recuperação", afirmou Mantega em evento com empresários, em São Paulo. Ele voltou a falar que o Brasil possui amplas reservas internacionais para se proteger contra turbulências.
Mantega, mais uma vez, culpou a comunicação do Federal Reserve, banco central norte-americano, pelos problemas nos mercados financeiros. Para ele, o Fed não deixa claro o que fará sobre a retirada dos estímulos monetários --no valor mensal de 85 bilhões de dólares-- na maior economia do mundo.
"Quando o Fed começar de fato a retirar os estímulos, o mercado se acalma", afirmou Mantega, acrescentando acreditar que o salto dado pelo dólar ante o real recentemente pode ter ficado para trás. Para ele, não deverá haver desvalorização excessiva no real por "muito mais tempo".
Mantega afirmou que não falta liquidez no mercado à vista de dólares, por isso as atuações do BC estão concentradas no mercado futuro com leilões de swap cambial. Ele voltou a dizer que o governo trabalha para evitar o contágio cambial na inflação que, segundo ele, está sob controle no Brasil.
Atratividade nas concessões
O titular da Fazenda lembrou ainda que o governo está trabalhando para tornar as concessões atrativas ao setor privado. E repetiu estar aberto a modificações para melhorar os programas.
Para o ministro, como há liquidez internacional grande neste momento, os investidores estrangeiros vão se interessar pelas concessões, uma vez que eles focam no longo prazo.
Mantega disse também que o a economia brasileira pode crescer 4 por cento em 2014, ano eleitoral, e que, a última estimativa para este ano era de expansão de 2,5 por cento.
"Eu acho que em 2014 nós vamos estar crescendo mais. Porque talvez melhore a economia internacional", afirmou ele.
Nesta semana, o governo tem de entregar o Orçamento de 2014 e já estava definido que reduziria a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), segundo mostrou a Reuters na semana passada.