Rio - O rendimento da caderneta de poupança pode ficar mais atrativo a partir de amanhã. Isto porque o Banco Central (BC) deve aumentar a taxa básica de juros, a Selic. O mercado financeiro estima elevação de meio ponto percentual, elevando o patamar para 9% ao ano. Esta projeção também foi indicada pela maioria das instituições financeiras consultadas pelo BC, segundo o Boletim Focus.
Com o aumento da taxa, as regras de remuneração da poupança retornam ao modelo antigo, que é meio ponto percentual ao mês e mais a variação da Taxa Referencial (TR). A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sai amanhã. O colegiado está reunido em Brasília.
O Ministério da Fazenda modificou o rendimento das cadernetas em função da taxa básica ter atingido níveis historicamente baixos para os padrões brasileiros. Assim, a poupança passou a ser remunerada em cima de 70% da variação da Selic, mais a TR.
Diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello explica que o atual patamar da Selic (8,50%) é o limite para o modelo novo de rendimento da poupança. “Com a volta do cálculo com base no modelo antigo, o pequeno investidor é quem ganha”, frisou.
Curvello diz acreditar que a taxa básica será cravada em 9% amanhã. Ele se pauta nos aumentos seguidos que o BC promoveu como medida para conter a inflação e estimular a economia. “A projeção de boa parte dos economistas é que a Selic encerre o ano entre 9,5% e 10%”, frisou.
Inflação faz pressão desde abril
Em função da inflação registrada em abril deste ano, o Copom decidiu iniciar o processo de aumento da taxa básica. À época, a Selic passou de 7,25% para 7,5%. Em maio e julho, houve aumentos de 0,5 ponto percentual. Apesar de a ampla maioria dos agentes consultados pelo BC projetar meio ponto percentual de aumento, economistas afirmam que uma elevação de um ponto percentual seria mais eficiente, com a taxa em 9,5% ao ano em setembro.