Rio - Os motoristas estão pagando mais caro pelo combustível no Rio, apesar de a Petrobras estar com seus preços congelados. A gasolina sofreu reajuste de 0,38%, passando de R$ 2,963, cobrado entre 28 de julho e 3 de agosto, para R$ 2,974, valor consultado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) entre 18 e 24 de agosto.
O levantamento da ANP foi divulgado um dia depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negar uma suposta previsão de alta dos preços. Ele afirmou a empresários que a inflação está sob controle e o governo não permitiria grandes repasses, mesmo com o câmbio pressionando para cima, em função das elevações do dólar.
Para o ministro, a variação da moeda norte-americana é, em parte, culpa do mercado financeiro que estaria, segundo ele, pressionando pela desvalorização do real. A cotação do dólar reflete diretamente no segmento de derivados de petróleo. Justamente por isto, há uma expectativa quanto a um reajuste nos combustíveis. Ontem, a cotação chegou a R$ 2,40, mas inverteu a tendência e fechou em baixa de 0,65%, a R$ 2,36.
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio (Sindcomb), Manuel Fonseca da Costa ressalta que é mais fácil constatar o aumento no preço dos combustíveis, conforme levantamento da ANP, nos municípios do interior do Estado.
Costa afirma que não há justificativa para um reajuste nos preços, mas lembra que os valores cobrados no estado já estão entre os mais altos do Brasil. O motivo, explicou, é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “O ICMS sobre o etanol em São Paulo, por exemplo, é 12%, enquanto no Rio é 24%”, disse.
Ele acrescentou que abastecer com gasolina no Rio é mais vantajoso do que encher o tanque com álcool. O motivo é o preço do etanol.
Foster: lobby pelo reajuste
Há uma semana a presidente Dilma Rousseff teve um encontro com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, em Brasília.
Foster apresentou ofício em nome da estatal, solicitando reajuste dos preços de combustíveis. O motivo seria a escalada do dólar, que encarece o valor do produto importado pela empresa com relação ao vendido no mercado interno.
O encontro no Alvorada contou com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
Preço cobrado por cidades
O litro do etanol, conforme a ANP, custa R$ 2,248 no Rio de Janeiro, R$ 2,255 em Duque de Caxias, R$ 2,257 em Nova Iguaçu e R$ 2,256 em Niterói.
O diesel está R$ 2,291 no Rio de Janeiro, R$ 2,264 em Duque de Caxias, R$ 2,298 em Nova Iguaçu e R$ 2,294 em Niterói.
O levantamento de preços da ANP informa ainda que o valor da gasolina cobrado na cidade de São Paulo é de R$ 2,686. Em Campinas o combustível na bomba não sai por menos de R$ 2,677.
Publicado no Diário Oficial da União, dia 26, o reajuste de preço médio dos principais combustíveis para o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá ser pago nas operações fechadas a partir de 1º de setembro pelas empresas que comercializam o produto. Os novos valores constam da Portaria de Preços Médios Ponderados a Consumidor Final do Conselho Nacional de política Fazendária (Confaz).