Rio - Apesar do pouco tempo de circulação, já é possível achar no comércio do Rio as novas cédulas de R$ 2 e de R$5, lançadas há dois meses, rasuradas e danificadas. desrespeito dos cidadãos com o dinheiro sai caro para o governo federal, e, em última instância, para os contribuintes que pagam uma carga pesada de impostos.
O Banco Central não têm quantificado o número de cédulas com rasuras, mas informa que ano passado foram gastos R$ 380 milhões com a reposição de notas desgastadas num total de 2,3 bilhões de cédulas. Comerciantes do Centro e pessoas nas ruas da cidade condenam a ação vândala de rabiscar cédulas.
“Acho totalmente condenável quem se presta a este papel. No entanto, isso não é encarado como um erro ou atitude de vandalismo pela maioria das pessoas. É um problema cultural. O brasileiro não identifica uma cédula como algo representativo do nosso país”, reclama o administrador de empresas Roberto Ferreira, de 40 anos.
600 milhões de notas
O caminhoneiro Rodrigues Proença, de 45, também classifica como uma questão cultural e diz que isso não se resume as classes menos favorecidas. “Outro dia presenciei um universitário, de uma instituição renomada, na fila de uma loja de departamento pondo as inicias de seu nome numa cédula novinha de R$5”, conta o caminhoneiro.
O comerciante Ribamar Fernandez, de 50, proprietário do bar Boteco do Chico, na Lapa, também condena quem rasura dinheiro, mas diz que não se nega a aceitar cédulas rabiscadas e danificadas. “Nunca recuso e acho que todo comerciante deve fazer o mesmo. Os bancos sempre aceitam as notas rasuradas. Afinal, não são os bancos os responsáveis por receberem essas cédulas e as encaminharem ao Banco Central para serem trocadas?”, questiona Fernandez.
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa da Moeda, foram produzidas 350 milhões de notas novas de R$ 2 e 250 milhões das cédulas de R$ 5.
