Rio - Aposentados e pensionistas do INSS que ganham mais do que o salário mínimo (R$ 678) ficarão mais um ano sem aumento real. O Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) enviado na última quinta-feira pelo governo ao Congresso prevê uma inflação de 5,7% para 2013. O índice serve de base para o reajuste dos benefícios maiores do que o piso. Assim, o teto previdenciário passaria dos atuais R$ 4.159 para R$4.396 a partir do próximo ano.
A correção entra em vigor em 1º de janeiro de 2014. Mas os créditos serão feitos nos primeiros dias úteis de fevereiro. Inicialmente, a previsão de índice era de 5,2% na peça orçamentária que começou a ser elaborada em abril. Na proposta que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entregou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a previsão de inflação INPC foi alterada de 5,2% para 5,7%.
MÍNIMO ABAIXO DO IDEAL
Na Ploa, o governo também fez a previsão de aumento do mínimo. O reajuste previsto é de 6,22%, elevando o piso a R$722,90. O valor proposto para o ano que vem, no entanto, está muito distante do que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima como o ideal para suprir despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Pesquisa do departamento mostra que o piso deveria ser de R$2.750,83 — 4,06 vezes o mínimo de R$ 678.
Inativos fazem manifestação no Rio e SP
Aposentados participaram ontem de ato no Rio e em frente ao prédio do instituto no Centro de São Paulo. Eles organizaram a manifestação em conjunto com as centrais no Dia Nacional de Mobilização. Pelo menos 100 aposentados passaram a madrugada em vigília na porta do INSS paulista A pauta dos manifestantes inclui fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, fim das terceirizações e aumento real para quem ganha acima do mínimo.
