Rio - A subida dos juros básicos de 8,5% para 9% ao ano, segundo o Banco Central, trouxe de volta a antiga fórmula de remuneração da poupança, ou seja, de 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Dessa forma, essa aplicação poderá perder certa condição de vantagem que apresentava diante de outros tipos de investimentos, também conservadores, o que talvez possa induzir o investidor a optar por outras aplicações.
Por Jair Abreu Júnior
Pergunta e resposta
“Gostaria de saber quais são os melhores investimentos bancários a curto e longo prazo para um cidadão de classe média. De risco ou não. É melhor investir na poupança ou em ações?” Leandro, Nova Iguaçu
Olá, Leandro. A poupança continua sendo uma atraente modalidade de aplicação de recursos financeiros. No seu caso, já que se trata de um investidor de classe média, recomendo prudência nos investimentos, principalmente num momento de incertezas com relação à taxa de juros. Dessa forma, acho que a caderneta de poupança ainda é o mais adequado para você.
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) com rendimento superior a 89% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) passou a ter destaque e também se tornou um investimento bastante atraente. Cabe ressaltar que para uma aplicação superior a dois anos, o CDB pode ser mais atrativo que a poupança.
As regras da poupança foram alteradas pelo governo a partir de 2012, estabelecendo uma relação direta do seu retorno, com 70% da Selic, quando esta se apresentar menor ou igual a 8,5% ao ano, numa tentativa de evitar que se tornasse atraente demais num cenário de queda de juros.
Porém, verificou-se na prática que tal medida não foi suficiente para inibir a procura pela caderneta de poupança. Quando a Selic atingiu 7,25%, percentual que se manteve até abril, a modalidade se tornou um excelente investimento, até porque permite os saques a qualquer momento. Já os Fundos DI, com a taxa igual ou maior que 1%, seriam mais interessantes para os investidores que tivessem condições de deixar o dinheiro aplicado por um período de pelo menos um ano, em função da incidência do Imposto de Renda.
Jair Abreu Júnior é coordenador em Gestão Financeira da Universidade Estácio de Sá