São Paulo - O dólar caiu mais de 1% e fechou a R$ 2,32 pela primeira vez em três semanas nesta quinta-feira, em um movimento liderado por investidores estrangeiros, que mantiveram o comportamento da divisa no Brasil totalmente descolado do exterior.
A moeda dos Estados Unidos perdeu 1,37%, para R$ 2,3243 na venda, após chegar a R$ 2,3159 na mínima do dia. É o menor nível no fechamento desde 14 de agosto, quando foi cotada a R$ 2,3250. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno US$ 1,2 bilhão.
No exterior, o dólar estava em alta generalizada. Em relação a uma cesta de moedas, ele subia 0,56%. Já sobre o peso mexicano, avançava 0,62%. O euro recuava 0,67% sobre a moeda dos Estados Unidos.
O Tesouro vendeu nesta quinta-feira 92% da oferta de 6,750 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional da Série F (NTN-F). Operadores ressaltaram, no entanto, que os títulos saíram com taxas mais baixas do que era o consenso do mercado antes do leilão, evidenciando um forte apetite dos investidores.
O dólar abriu em queda mas virou no momento em que o Banco Central realizou leilão de swap cambial tradicional, no qual vendeu a oferta total de 10 mil contratos com vencimento em 2 de janeiro do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a R$ 497,3 milhões.
O leilão ocorreu dentro do programa de intervenções diárias do Banco Central. Além disso, a autoridade monetária anunciou para sexta-feira (6) um leilão de venda de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra. A oferta ocorrerá entre às 11h15 e às 11h20, e as datas de liquidação das operações de venda e de recompra serão, respectivamente, 10 de setembro de 2013 e 2 de abril de 2014.
A tentativa de conter a valorização do dólar se estendeu também para outros países emergentes. O grupo dos Brics concordou em contribuir com US$ 100 bilhões para um fundo conjunto de reserva cambial. A China injetará US$ 41 bilhões; Brasil, Índia e Rússia, US$ 18 bilhões cada um; e a África do Sul entrará com US$ 5 bilhões.
Os investidores também encontraram na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) um tom mais otimista pelo Banco Central . Tanto que elevou a projeção para o câmbio, sem alterar a de inflação, além de dizer que a política fiscal está se deslocando para a neutralidade.