Por thiago.antunes

Rio - O Índice Nacional da Construção Civil registrou inflação de 0,58% em agosto, depois de deflação (queda de preços) de 6,15% em julho, segundo dado divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o custo nacional da construção por metro quadrado encerrou o mês em R$ 840,76, sendo R$463,03 relativos aos materiais e R$ 377,73 à mão de obra. Em julho, esse custo era de R$ 835,95. O Estado do Rio de Janeiro continua com o maior valor do país com R$ 955,64, seguido por São Paulo com R$ 910,28.

Maior ainda

Segundo Antônio Carlos Mendes Gomes, diretor executivo do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), o custo da construção por metro quadrado no estado é maior ainda. Ou seja, em vez dos R$ 955,64, divulgados pelo instituto, o valor real já está em R$ 1.131,11. Mendes Gomes explica que a base de cálculo do IBGE ainda está sobre os 20% de recolhimento da folha de pagamento das empresas.

O engenheiro Ronaldo de Sá percebeu alta da massa corrida e da tintaCarlo Wrede / Agência O Dia

“Com a Lei Federal nº 12.844/2013, sancionada em julho, empresas do setor agora podem calcular seu recolhimento tributário sobre 2% de seu faturamento. Por isso, os dados do IBGE fogem um pouco da realidade do mercado da construção”, explica. O diretor do Sinduscon Rio diz que 55% do custo da construção por metro quadrado no Rio se refere às despesas de mão de obra. “O alto volume de obras gerou a alta”, afirma.

Consumidor debita a alta do dólar

O engenheiro civil Ronaldo de Sá, de 46 anos, culpa a alta do dólar pelo aumento dos preços no setor. Fazendo reforma em seu apartamento, ele notou que os preços de tintas e massa corrida subiram muito. “O preço da massa corrida, por exemplo, pulou de R$ 22 para R$ 27. A tinta também encareceu. Acredito que a inflação desses produtos se deu pela resina, uma matéria-prima que tem seu preço atrelado ao dólar,” avalia o engenheiro civil.

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