São Paulo - As vendas de motocicletas no atacado aumentaram 22,3%, em agosto, sobre o mês anterior, mas o movimento foi 24,5% inferior ao registrado em igual período do ano passado, totalizando 129,06 mil unidades. Os dados divulgados nesta terça-feira pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostram que a produção superou em 37,7% a de julho e recuou 11,6% em comparação a agosto de 2012.
A comercialização das concessionárias ou no varejo caiu tanto sobre julho (3,4%) quanto em relação a agosto do ano passado (8,2%) com um total de 129,05 mil unidades vendidas. De janeiro a agosto, 1,01 milhão de unidades foram emplacadas – queda de 10,3% sobre o mesmo período do ano passado.
Esse desempenho ficou abaixo do esperado, segundo a avaliação feita pelo presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. “O segmento de motocicletas começou o segundo semestre com números aquém das expectativas e, embora já não ocorram quedas de um mês para outro, os volumes comercializados não evoluíram como se esperava. Caso não ocorra uma mudança na situação, as montadoras enfrentarão dificuldades até o final do ano”, disse ele.
A grande expectativa dos fabricantes é a de atrair mais consumidores por meio das novidades a serem expostas no Salão Duas Rodas, em outubro, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, na zona norte da cidade, de acordo com o diretor executivo da Abraciclo, José Eduardo Gonçalves. Ele lembrou que o setor iniciou o ano com a projeção de crescer 3,5%.“Buscamos pelo menos empatar com o resultado do ano passado.”
O executivo acredita na possibilidade de os fabricantes conseguirem escoar 1,6 milhão de unidades nas concessionárias do país. Na avaliação dele, o que falta para aquecer ainda mais o setor no mercado interno são linhas flexíveis de crédito, pois quase a metade dos consumidores está na faixa de ganhos até quatro salários mínimos e tem dificuldade de conseguir financiamentos.
“A motocicleta é um veículo de inclusão social e tem sido um bem de geração de renda ao ser usada por motofretista e mototaxistas, principalmente, no Nordeste do país”, explicou José Eduardo. De acordo com ele, a frota na região atingiu 5,2 milhões com expansão cinco vezes maior em relação à de 2002. No mesmo período, a média de crescimento no país foi 3,5 vezes.
Em relação às vendas externas, o movimento aumentou 45,7% sobre julho e 7,4% sobre agosto de 2012. No acumulado desde janeiro, houve crescimento de 0,6% com 68.063 unidades.