Rio de Janeiro – No segundo dia de paralisação dos bancários, clientes formaram filas nesta sexta-feira nos caixas eletrônicos das agências bancárias do centro para pagar contas e sacar valores.
Em uma agência bancária na Candelária, o pedreiro João dos Santos, de 48 anos, tentava descontar um cheque. "Meu chefe só dá o valor da passagem em cheque. Hoje, vim de Niterói para o centro à procura de uma agência aberta, para tentar descontar esse valor. Até agora não achei nenhuma, pelo jeito vou ter que pedir carona para ir trabalhar", disse.
Já o empresário Marcelo Lima, de 43 anos, não conseguiu pagar um documento em uma agência na Avenida Presidente Vargas. "Essa guia [judicial] não pode ser paga no caixa eletrônico e nem em outro banco, e o vencimento era até hoje", contou.
A categoria reivindica 11,93% de reajuste salarial, equivalente à inflação dos últimos 12 meses mais 5% de ganho real, além de valorização do piso salarial, maior participação no lucro dos bancos e mais empregos. Querem também o fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. A proposta dos bancos é reajuste de 6,1%.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Município Rio de Janeiro, Almir Aguiar, a categoria não foi procurada até o momento para negociação.“Até o momento, a Febraban [Federação Brasileira de Bancos] não apresentou uma contraproposta. Acredito que isso só acontecerá depois que eles perceberem que o movimento é forte e que tem uma grande adesão no estado”.
Está marcada para a próxima terça-feira (24) um ato público, às 18h, com trajeto da Candelária até a Cinelândia, segundo o diretor do sindicato, Vinícius Assumpção.
Procurada pela Agência Brasil, a Febraban informou que ainda não foi definida data para rodada de negociação e permanece com a proposta de 6,1% de reajuste salarial.
Segundo a federação, algumas operações bancárias, como o pagamento de contas, podem ser feitas pelos clientes por meio de opções como os caixas eletrônicos, a internet banking, o aplicativo do banco no celular, os serviços bancários por telefone e também pelos correspondentes bancários, que são casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados.