Por bferreira

Rio - O mercado de trabalho fluminense será beneficiado com sete novos shoppings em construção no Grande Rio e na Baixada Fluminense. As incorporadoras estimam que serão criados 18.450 mil empregos diretos até 2016. Os interessados devem estar cadastrados nas principais agências de empregos, gratuitas, do estado, já que a contratação é feita diretamente com as lojas.

A estimativa dos incorporadores é que o Pátio Alcântara receba mais de 15 mil consumidores diariamenteDivulgação

No próximo dia 22 será inaugurado o Pátio Alcântara, em São Gonçalo. Foram investidos R$ 82 milhões e as 81 lojas empregaram 950 trabalhadores. Vagas remanescentes podem ser acessadas no local.

Duque de Caxias, na Baixada, também ganhará outro centro comercial. Em 2015, será aberto o Central Park Caxias, que terá cinco mil empregos diretos. Orçado em R$ 217 milhões, o lançamento está pré-agendado para novembro.

Os dois novos empreendimentos são da carioca ABL Shoppings. O grupo pretende construir também um em Jacarepaguá, outro em Santa Cruz, ambos na Zona Oeste do Rio, além do Alcântara Plaza, em São Gonçalo. Nenhum deles têm previsão de lançamento. Outra empresa, a General Shopping Brasil, constrói o Parque Shopping Sulacap, também na Zona Oeste.

DEMANDA REPRIMIDA

Sócio-diretor da GS&BW Consultoria, especializada em shoppings, Luiz Alberto Marinho afirma que a expansão dos centros comerciais se dá, principalmente, em novos mercados. Porém, no Rio, a ascensão da população de baixa renda cria demanda que, até então, estava reprimida.

“Há cinco, sete anos, os moradores do subúrbio carioca e da Baixada, por exemplo, não tinham acesso a este tipo de empreendimento, e precisavam se deslocar para desfrutar dos shoppings e até para trabalhar”, frisou Marinho.

Mercado é destinado à nova classe média

Diretor da ABL Shoppings, Vicente Pierotti também enfatiza que estes empreendimentos segmentados são alavancados pela nova classe média no estado. “Com a queda da inflação, o aumento da renda e a estabilidade do poder de compra, uma parte considerável da população começou a consumir”, disse, acrescentando que, com isto, foi percebido que os shoppings não estavam ao alcance desta camada social.

“Nosso primeiro shopping, o Boulevard São Gonçalo, mostrou o potencial de negócios que o mercado C e D representa”, frisa.

Segundo ele, o Pátio Alcântara, a ser entregue em outubro, foi construído em cima de um terminal rodoviário, que será repassado à prefeitura. “Embora destinado às classes C e D, os produtos e serviços oferecidos nestes shoppings precisam ter a qualidade como diferencial.”

DEMOCRATIZAR

Luiz Alberto Marinho, da GS&BW Consultoria, afirma que para crescer nos mercados já consolidados, é preciso democratizar o acesso aos produtos e serviços. “Trata-se de uma conjunção entre conveniência e conforto. Ou seja, estacionamento, ar-condicionado e concentração de lojas são o que atrai esta parcela da população que, com mais dinheiro no bolso, está ávida por consumo”, disse.

PÁTIO ALCÂNTARA

O empreendimento terá 81 lojas. Entre as âncoras, a incorporadora destacou a Leader e Casa & Vídeo, além de Di Santinni, Sonobello, Taco, Bagaggio, Oi, South, Sonho dos Pés, Bob’s, Burger King, Subway, Spoleto e Batata Inglesa. A ABL Shoppings já informou que pretende expandir o empreendimento, cuja meta é investir R$ 1 bilhão em cinco anos.

COMÉRCIO DE RUA

Para o especialista, o comércio de rua não vai diminuir com a instalação de diversos empreendimentos deste porte em municípios fluminenses, e os centros de comércio não se opõem aos atrativos naturais do Rio de Janeiro. São os shoppings que deverão se adequar. “Fui gerente de marketing do Barra Shopping por quatro anos. Constatamos que nosso público acordava mais tarde ou passava muito tempo na praia. Optamos por abrir mais tarde”, lembrou.

DADOS

Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers, o faturamento do setor representa 19% de todas as vendas do varejo nacional. O Rio de Janeiro tem, atualmente, 58 shoppings em operação.

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