Rio - Um novo reforço à saúde pública brasileira parece estar a caminho. Depois dos cubanos, médicos das Forças Armadas poderão ser liberados para acumular outro cargo público no meio civil. Hoje, por força de tradição, eles atuam nas quartéis de forma exclusiva, no entanto, um Projeto de Emenda à Constituição (PEC) poderá ampliar seu universo de atuação.
Ministro da Pesca e senador licenciado, Marcelo Crivella afirma que o projeto colocará milhares à disposição da população. Ele é o autor da PEC 293/2013 que agora tramita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, e diz que a proposição vai beneficiar principalmente os municípios distantes dos grandes centros.
No entendimento dele, a distância e a infraestrutura precária dessas cidades afastam os profissionais. Os militares, porém, já estão espalhados pelo país e, com a iniciativa, agregariam massa salarial. “São médicos altamente qualificados e mesmo quando aposentados, não estão autorizados a atuar fora das Forças Armadas”, disse.
Presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira afirma que a entidade é favorável à aprovação. Ele explicou que os médicos militares já têm vínculo com o Sistema Único de Saúde através de contratos e diz ser importante que a PEC corrija a questão, propiciando legalidade e autonomia aos profissionais. Dados não oficiais estimam que haja 3,5 mil médicos militares e outros três mil atuando como temporários. Marinha, Exército e Aeronáutica informaram que se posicionarão sobre a questão no decorrer da semana.
SUPOSTO APAGÃO
Ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti disse que o Planalto é favorável à PEC. Porém, a coluna apurou que um suposto apagão médico ronda os hospitais militares. Nas capitais, entre eles o Rio, especialidades como pediatria são as que mais sofrem com baixa antecipada.
“JÁ PASSOU”
“Praticamente já passou”, disse Crivella sobre o projeto,acrescentando que o povo precisa de mais médicos. “Se contarmos aposentados, podemos chegar a 15 mil médicos, ao todo, para ajudar na saúde pública”, frisou.
OPERAÇÃO FELINO
Ministro da Defesa, Celso Amorim assistiu ao exercício militar da “Operação Felino”, que envolveu os Carros Lagarta Anfíbios da Armada brasileira. A execução foi feita em Itaóca, no Espírito Santo.