Rio - É recomendado muito zelo quando o assunto é empréstimo consignado, pois as parcelas para quitação são deduzidas diretamente na folha de pagamento dos funcionários. É uma modalidade de crédito bem simples, com baixo grau de formalidade. Além disso, as taxas de juros são menores, o que acaba sendo um atrativo para muitas pessoas. Leia abaixo um pouco mais sobre os prós e contras desse tipo de crédito.
Por Jair Abreu Júnior
PERGUNTA E RESPOSTA
“Sou aposentado do INSS e notei que os juros do empréstimo consignado são os mais baixos do mercado. Será que vale a pena?”
Roberto, Parada de Lucas
Oi, Roberto! Podemos considerar alguns aspectos que envolvem essa modalidade de obtenção de empréstimo. O primeiro é a grande facilidade de captação dos recursos financeiros, pois em função dela, aumenta o risco de se endividar. Geralmente, isso ocorre porque a pessoa já está passando por dificuldades financeiras e enxerga nesse tipo de crédito uma forma adequada de saldar seus débitos.
Outro aspecto se refere aos juros que são mais baixos que os praticados em outras modalidades. Se os consumidores não tiverem o cuidado de calcular com precisão as mensalidades que virão com o compromisso, podem se endividar ainda mais.
É importante observar que há um limite legal que estabelece que apenas 30% do orçamento mensal do contratante pode ser comprometido com as mensalidades. Atenção para o fato de que os gastos correntes continuam, apesar da contratação do crédito, e serão necessários recursos financeiros suficientes para fazer face a todas as despesas.
Como se sabe, as coisas podem ficar piores, uma vez que há instituições que não respeitam a fronteira desse percentual. Desse modo, devedores comprometem mais do seu salário do que poderiam. A boa notícia é que, se isso ocorrer, a pessoa pode recorrer à Justiça. A má notícia é que o resultado disso pode levar um bom tempo até a questão ser decidida pelo Judiciário.
Por isso, eu não recomendo crédito consignado, a não ser em casos excepcionais e irremediáveis. Se você se comprometer com empréstimos para saldar outras dívidas, deve ter muita cautela, pois o risco de se endividar mais é alto.
Jair Abreu Júnior é coordenador em Gestão Financeira da Universidade Estácio de Sá.