Por bferreira

Rio - A loira gelada vai ficar mais cara. O preço médio da cerveja deve aumentar para o consumidor final nos próximos dias. Para o revendedor, o produto já teve aumento. Embora as associações do segmento não tenham confirmado a alta, O DIA constatou que a bebida fermentada já amarga aumento de preço entre 8% e 10%. Por conta da queda no consumo em bares e restaurantes, o reajuste está represado, segundo os gerentes consultados.

O chef de cozinha Mário Richard diz apreciar o produto%2C inclusive está desenvolvendo cardápios usando a bebida para temperar os pratosCarlo Wrede / Agência O Dia

O chef de cozinha Mário Richard, 45 anos, confirma que a cerveja está mais cara. Ele diz apreciar o produto, desde as mais populares até as artesanais. Richard inclusive desenvolve cardápios usando a bebida para temperar os pratos.

“Costumo beber Bohêmia ou Brahma e, em ocasiões especiais, até consumo as mais requintadas. Quando o preço sobe, compro a que estiver mais em conta”, disse.

Há quem pense diferente. O analista de sistemas Claudio Carlheiros Tâmega, 47, apenas diminui o consumo. “Aprecio as importadas. Mesmo aumentando o preço, não desço o nível da qualidade de jeito nenhum”, declarou, acrescentando que gosta de ir a bares especializados.

INDÚSTRIA CERVEJEIRA

A indústria sofre influência do câmbio. Quando a moeda norte-americana sobe, os insumos acompanham. Recentemente o governo reajustou a carga tributária do setor. A Ambev diz não comentar casos específicos, “mas tem por política reajustar preços ao varejo em linha com a inflação e repassar aumentos de custos.”

Consumidor troca de supermercado se não encontrar a cerveja preferida, diz estudo

Estudo da Consultoria Nielsen afirma que dos produtos adquiridos pelos brasileiros em supermercados e padarias, a cerveja é a que apresenta os consumidores mais fiéis: 35% deles trocam de loja se não encontram a marca preferida. Com bebidas não alcoólicas, é diferente. Apenas 21% fazem o mesmo.

Economista da FGV, André Braz ressalta que o trabalhador gasta, em média, 0,40% da renda mensal consumindo cerveja em bares e restaurantes. Para consumo residencial, o gasto é de 0,48%, com compras em supermercados. “Parece pouco, mas ele gasta 0,60% da renda com arroz e feijão no mês”, acrescentou o economista.

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