Por adriano.araujo

Rio - Artigo publicado no Informe da Previdência Social, que é um documento produzido pelo ministério, mostra que é mais vantajoso para o trabalhador ou trabalhadora optar pela aposentadoria do INSS do que fazer um plano de previdência privada. O texto defende ainda a tese de que se aposentar pelo regime oficial é bem melhor do que colocar o dinheiro das contribuições mensais na caderneta de poupança.

O autor do artigo, Filipe Leite Peixoto, membro da Carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), do Ministério do Planejamento, argumenta no texto com base em cálculos para comprovar que a cobertura do INSS seria mais benéfica para quem contribui mensalmente para os cofres da Previdência Social.

Para o aposentado Celso Santos%2C o melhor mesmo é se aposentar pelo INSS e fazer também a previdência privada para garantir tranquilidadeCarlo Wrede / Agência O Dia

O especialista considera, para efeito de comparação, a aposentadoria por idade, que para o segurado homem obter o benefício precisa completar 65 anos de idade e a mulher, 60 anos. Nos dois casos, é necessário ter, no mínimo, 180 contribuições mensais (15 anos). Em relação ao plano de previdência privada, ele usa as condições previstas para o modelo Vida Gerador de Benefício Livre.

No artigo que saiu na edição de maio do Informe da Previdência, Peixoto demonstra, por exemplo, que um segurado que recolheu sobre o teto do INSS, atualmente em R$4.159, por 30 anos — R$831,80 (referentes à contribuição de 20%, da parte patronal e do próprio trabalhador) terá um benefício equivalente ao limite previdenciário. Pelas regras atuais, a aposentadoria por idade permite que o aposentado receba 100% do valor da salário de contribuição. O especialista leva em conta que a expectativa de vida para os brasileiros é de 81,1 anos e para as brasileiras, está em 82,8 anos.

?Opção pelo VGBL

Mas, o trabalhador que na dúvida recorreu ao banco para fazer um plano VGBL, contribuindo por 30 anos com R$831,80, com taxa de rentabilidade de 3% ao ano, teria renda vitalícia de R$2.255,34. E se incluísse herdeiro, o valor seria de R$1.789,71. Numa aplicação com juros de 2% acima da inflação por ano, a renda ficaria em e R$ 1.915,75. E se deixasse a herdeiros, ficaria em R$1.517,63.

Nem mesmo um plano em condições mais favoráveis, com rentabildiade 5% acima da inflação, faria a retirada ficar maior do que a aposentadoria do INSS. O valores seriam R$3.177,76 ou R$2.517,37, se deixasse pensão.

Poupança também perde

Em relação à poupança, o documento mostra que um trabalhador que contribui sobre R$2 mil ao INSS, R$ 400 por mês — após se aposentar por idade terá benefício de R$ 2.166,67, considerando o 13º. O mesmo acontece com a mulher. Mas se optasse por colocar os R$ 400 na poupança para resgatar mensalmente, o homem sacaria por mês R$ 941 até completar 81,1 anos. Já a mulher só poderia retirar por mês R$ 687 até chegar a 82,8 anos. Isso, de acordo com o documento, a caderneta rendendo 1% ao ano acima da inflação.

Saída para segurado é fazer os dois

?O aposentado Celso de Assis Santos, 75 anos, acredita que uma boa solução para ter um benefício que garanta vida digna é se aposentar pelo INSS e fazer também a previdência privada. “Assim dá para pagar s contas e viver com mais conforto”, alegou.

Procurados pela coluna, o ministério e a Secretaria de Políticas de Previdência Complementar informaram que “pela característica da publicação, um artigo assinado do Informe de Previdência, não cabe posicionamento das instituições”.

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