Por bferreira

Rio - O empresário Eike Batista vendeu 65% das ações do Porto Sudeste, localizado em Itaguaí, na Baixada Fluminense, para duas companhias estrangeiras. A holandesa Trafigura e o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, pagaram US$400 milhões — quase R$ 1 bilhão. O montante será reinvestido no próprio complexo que, a partir de agora, se chamará PortCo.

O negócio foi concluído segunda-feira e informado ao mercado ontem. Com a aquisição, as novas gestoras assumem R$ 1,3 bilhão em dívida da MMX, controladora do porto até então, mas que permanece com 35% das ações. A estimativa é que o Porto Sudeste inicie as atividades em 2014. A capacidade de movimentação será de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
A venda faz parte da estratégia de reestruturação das empresas de Eike. O negócio animou o mercado e as ações da MMX subiram mais de 18%, alcançando R$ 1,17. Também ontem as ações da OGX tiveram alta de 47,83%, indo a R$0,34, diante do boato de que o empresário deixaria o controle da petrolífera.

PORTO DO AÇU

O governo do Estado do Rio negou, ontem, a renovação da licença de instalação da térmica a carvão que Eike, então controlador da MPX, hoje Eneva, pretendia no Porto do Açu, em São João da Barra, Norte Fluminense. O poder público justificou a negativa devido à redução do projeto no entorno do empreendimento somado à possibilidade de extração do gás natural na região.

A térmica, de 2.100 megawatts, supostamente aumentaria em 11% a emissão de gás carbônico na região. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou o impedimento em 2010. A licença foi concedida em 2008, quando Eike dizia que o projeto contaria com siderúrgicas, montadoras de automóveis e outros empreendimentos. A usina ainda não entrou em operação.

Demissões de peso na OGX

Os nervos andam à flor da pele no Grupo EBX. Ontem, Eike Batista demitiu o presidente da OGX, Luiz Carneiro, e mandou embora também o diretor de Relações com os Investidores, José Carlos Faveret.

Roberto Monteiro, consultor da petroleira, também foi desligado. Foi a segunda demissão dos últimos trinta dias. Isto porque em setembro ele perdeu o cargo de diretor financeiro da OGX. Há duas semanas, foi chamado para ajudar na renegociação da dívida da empresa.

Ricardo K (de Knoepfelmache) foi imediatamente conduzido à presidência da OGX.

OSX consegue novo prazo para dívida

A OSX, empresa de construção naval do grupo de Eike Batista, conseguiu carência de 30 dias para pagar o empréstimo que deve ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Os R$ 548 milhões captados deveriam ter sido pagos ontem. A empresa já havia informado que não teria condições de honrar o compromisso. Pedia, inclusive, prazo de 12 meses.

Agora, o empresário negocia a rolagem de R$ 400 milhões, que vencerá dia 19, sábado, com a Caixa. Neste caso, o Santander atua como “fiador” do grupo.

RELEMBRE O DESMONTE DO GRUPO EBX

PINK FLEET

Na segunda metade do ano, Eike tentou vender seu luxuoso iate, o Pink Fleet. Não conseguiu e o barco está sendo desmontado em um estaleiro de Niterói.

Em junho vendeu o Hotel Glória por R$ 225 milhões e colocou à venda a IMX, empresa que detém metade do Rock in Rio, 5% do estádio Maracanã e da franquia do Cirque de Soleil no Brasil.

Em maio, vendeu um de seus três aviões, o Legacy 600, por US$ 14 milhões.

Em abril, vendeu 20% do capital da SIX Automação para a IBM. <MC1>Em março, vendeu 24,5% da MPX Energia.

Em agosto, vendeu 5,38% de seu capital da companhia de construção naval OSX. Já em setembro, confirmou que estava negociando a venda de uma participação na MMX Mineração e do Porto Sudeste.

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