Por paulo.gomes

Rio - Rio capital da inovação e da tecnologia. O mercado de empresas nascentes — as startups — é cada vez maior no estado e as iniciativas ganham apoiam não só das empresas privadas como do poder público. Após o governo federal ter lançado, no primeiro semestre, o ‘Startup Brasil’, no qual foram selecionadas 56 empresas iniciantes e nove aceleradoras, chegou a vez do Governo do Rio.

Grupo de funcionários HE%3A Labs—gestão de softwares divertem-se num momento de lazer. Fundada há dois anos%2C a empresa carioca é um dos exemplos de startup que deu certoDivulgação

No início do mês, foi lançado o Startup Rio, que vai destinar R$ 5 milhões para apoiar até 50 ideias inovadoras no segmento da tecnologia. Desenvolvido pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, Faperj, Assespro Rio (Associação de Empresas Brasileira de Tecnologia), Rio Negócios (agência de fomento do município do Rio) e a rede social ATLZ, o programa tem como parceiros grandes empresas de tecnologia como Cisco, Google, Endeavor, as aceleradoras 21212, 99 Canvas, InstitutoGenesis da PUC Rio, Sebrae-RJ, Papaya e Outsource Brazil, entre outras.

“O Startup Rio é uma iniciativa público-privada que tem o objetivo de fomentar uma nova cultura do empreendedorismo. Com isso, esperamos ajudar no processo de transformação do Rio de Janeiro em um ‘hub’ de tecnologia digital internacionalmente conhecido”, destaca o secretário de Ciência e Tecnologia do estado, Gustavo Tutuca. Entre as transformações no estado, estão os eventos internacionais, o pré-sal e a indústria criativa.

Crescimento do Rio exige empresas tecnológicas

Presidente da Assespro Rio (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet), Márcio Lacs destaca que o Estado do Rio, hoje, concentra toda a atenção de investimentos do país, como os eventos esportivos internacionais, o pré-sal e as instalações de centros de inovação e pesquisa. “Hoje, o Rio está numa posição de vanguarda. E o programa estadual de incentivo as novas empresas de tecnologia vem complementar o que já é feito pelo governo federal. Ou seja, criar um ambiente que permita o empreendedorismo”, diz Lacs.

Segundo ele, com o avanço da internet, da mobilidade, dos celulares mais potentes, as aplicações ganham mais importância no dia a dia do cidadão. É nesse ambiente que surgem as novas ideias que criam aplicativos, com destaque para os aparelhos móveis, para atender à demanda dos usuários.

“Recente pesquisa informou que 60% dos alunos que estão na faculdade querem empreender seus próprios projetos. Hoje, a criatividade é voltada para o desenvolvimento que atenda ao serviço público, às redes sociais, o georeferenciamento, o segmento de petróleo e gás, à gastronomia, entre outros serviços. No Rio, vamos do pré-sal ao carnaval. As oportunidades são muitas”, explica Lacs.

Coordenador de Empresas de Base Tecnológica do Sebrae-RJ, Ivan Constant diz que a entidade atua complementando as diversas desenvolvidas no estado. “Dentro de um cenário pujante como o do Rio de Janeiro, procuramos interagir com o ecossistema criado no desenvolvimento tecnológico. Resolvemos atuar na base da pirâmide, naquelas empresas pouco maduras e que não atingiram o estágio de competir nos grandes editais de convocação”, aponta Constant.

Assim, o Sebrae-RJ promove um curso de capacitação, com ferramentas próprias para a atividade dos empreendedores das jovens empresas tecnológicas. Segundo ele, três iniciativas já se destacam: Cabe na mala.com.br, Bonuz.me e Saída Certa.

Helena Nunes e Romenick Amorim%2C do Estúdio Criativo 6 Lápis%2C que funciona no escritório My Office%2C na BarraDivulgação

Uma ideia e um notebook na mão

Especialista em Novos Negócios, o consultor André Pires diz que o brasileiro é muito criativo e, por isso, a cada dia surgem ideias e novas empresas. Segundo ele, as startups vêm dessa mentalidade de diferentes jovens, que se reúnem para empreender.

Pires afirma que o apoio governamental é mais um facilitador para as empresas nascentes. “Existe um ambiente propício para o desenvolvimento de novas empresas. O governos atuam como impulsionadores. Mas esses grupos trabalham de forma independente, apenas com uma ideia e um notebook”, diz o consultor.

O ambiente colaborativo ou de coworking (escritórios compartilhados) também servem para impulsionar às atividades dos jovens empreendedores. O My Office, na Barra da Tijuca, agrega várias empresas virtuais num único local. “Apostamos num ambiente inteligente para desenvolver a integração e a criatividade dos jovens empreendedores”, explica o sócio do espaço, Magdiel Graça.

Diariamente dezenas de empreendedores dividem o mesmo espaço no escritório compartilhado My OfficeDivulgação

Programas do governo federal e do estado querem novas empresas

· O programa ‘Apoio à difusão de ambiente de inovação em tecnologia digital no estado do Rio de Janeiro (Startup Rio)’ está com o edital aberto até 5 de dezembro. Ver informações em www.faperj.br.

· A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio (Faperj), vinculada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia), financiará R$ 100 mil a até 50 projetos nascentes de tecnologia digital e com até três empreendedores cada.

· Além dos recursos em dinheiro, será criado um espaço compartilhado de coworking, com o apoio da Assespro e das empresas aceleradoras dos projetos, que acompanharão o desenvolvimento das empresas nascentes.

· O programa Start-Up Brasil, do Ministério de Ciência e Tecnologia, também estácomas inscrições abertas para a segunda rodada de seleção de empresas nascentes de base tecnológica. O prazo para o envio das propostas vai até 19 de novembro. Os projetos selecionados podem obter bolsas de até R$ 200 mil. Inscrições em http://startupbrasil.mcti.gov.br.

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