Por bferreira

Rio - Após processo desgastante de greve, 8.500 servidores da Educação Municipal do Rio não receberão os salários integrais na segunda-feira. No grupo, quatro mil professores serão prejudicados com o atraso no pagamento da gratificação de Dupla Regência (hora extra) nos contracheques de outubro, o primeiro após o fim da paralisação. O bônus, que em alguns casos dobra a remuneração do docente, não virá com o salário depositado dia 4. A Prefeitura do Rio informou que o crédito será feito apenas no dia 18 deste mês, mas que pode ser antecipado.

Outro grupo de 4.500 agentes de Educação Infantil também está na mesma situação e não vai receber na próxima segunda-feira a Gratificação de Difícil Acesso. O bônus será depositado com dois dias de atraso, na quarta-feira, dia 6. O benefício equivale a 15% do vencimento do servidor.
A Dupla Regência é paga para 12 mil professores. A Secretaria Municipal da Casa Civil alegou que por tratar-se de hora trabalhada, não foi encaminhada para o processamento da folha uma vez que os docentes prejudicados não estavam trabalhando. A pasta completou que os atrasos foram em decorrência de problema no sistema da Secretaria de Administração. Em relação aos agentes, a justificativa da prefeitura foi a mudança de nomenclatura.

‘ESTOU SEM CHÃO’

“Perdi completamente o rumo. Estou sem chão. Terei que recorrer ao cheque especial para pagar as contas. Levei um susto quando vi o meu contracheque na internet”, contou o professor de Ciências Rodrigo Santos de Souza, 30 anos.

SALÁRIO DOBRADO

“A gratificação dobra o meu salário. Estou cumprindo o acordo e repondo as aulas. Nós estamos sendo castigados pela Prefeitura do Rio por termos participado da greve”, complementou o professor de Ciências.

‘HOUVE DESRESPEITO’

“Vou ter que pegar um empréstimo para pagar as minhas contas. Houve desrespeito. Não fomos comunicados do atraso”, disse o professor Rafael Alves Lima, 31 anos.

PROCESSO EM ESTUDO

Integrante da coordenação geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Marta Moraes declarou que o departamento jurídico da entidade analisa o que será feito em relação ao atraso.

‘FOI RETALIAÇÃO’

“A Prefeitura do Rio descumpriu o acordo assinado no Supremo Tribunal Federal de não descontar os salários. Foi retaliação. Os professores podem enviar os contracheques para o Sepe. Pensamos em ação coletiva”, disse Marta.

COBRANÇA EM REUNIÃO

Segundo Marta Moraes, o Sepe tem audiência quarta-feira com a secretária de Educação, Cláudia Costin, para tratar sobre a reposição. “Vamos cobrar pessoalmente”, disse.

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