Por tamyres.matos

Rio - Um dia após o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ter garantido que não haverá risco de desabastecimento de energia durante a Copa do Mundo, um apagão afetou na tarde desta terça-feira parte das regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Mais de três milhões de pessoas em 11 estados, além do Distrito Federal, ficaram sem luz. No Estado do Rio, 19 cidades foram afetadas por quase duas horas e meia, atingindo 880 mil clientes das concessionárias Light e Ampla.

Só na capital — onde a alta temperatura voltou a bater recorde este ano (40,8º, contra 40,6º do dia anterior), castigando ainda mais os moradores — dezenas de bairros das zonas Norte e Oeste, e quatro cidades da Baixada Fluminense ficaram sem luz. Um total de 600 mil clientes, segundo a Light. Esse contingente teve o fornecimento de energia cortado entre 14h03 e 16h24.

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Já a Ampla informou que 280 mil moradores de 14 municípios de sua abrangência, nas regiões Metropolitana, Serrana, dos Lagos e Sul Fluminense, tiveram “impacto parcial”, entre 14h03 e 14h50.

Trens, metrô, barcas e aeroportos não sofreram impactos, mas centenas de sinais de trânsito em 45 bairros pararam de funcionar. Não foram registrados acidentes graves.

Em nota, a Light informou que, por solicitação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), 17 subestações tiveram que ser desligadas. De acordo com o ONS, o problema teria ocorrido na linha de interligação Norte/Sudeste. No final da tarde, autoridades convocadas pela presidenta Dilma Rousseff minimizaram o risco de um blecaute maior, falando em “estresse hídrico” e que sistema está “dentro do equilíbrio estrutural”.

No Rio, 11 bairros ficaram sem energia por mais de duas horas

Na Capital do Rio, os transtornos maiores ocorreram no comércio e residências em 11 bairros. “Foram mais de duas horas sem luz. Perdi muita mercadoria. Tentei ligar para a Light e só dava ocupado”, lamentou Renato Novello, de 37 anos, gerente de um mercado no Méier, Zona Norte.

“As máquinas de cartão não funcionaram e os clientes não tinham como pagar. Tive um prejuízo considerável, sem falar do calor devido à falta de ar-condicionado”, disse Flávio Pinto, 45, dono de um restaurante no mesmo bairro.

Precavida, a manicure Daniele Souza, de 34 anos, evitou queimar os eletrodomésticos com a queda de luz. “Da última vez minha geladeira queimou. Hoje (ontem) me precavi e tirei tudo da tomada. Todo ano é a mesma coisa quando o calor aumenta”, comentou a manicure.

Shoppings das regiões afetadas também tiveram prejuízos com o fechamento de lojas e interrupção de filmes nos cinemas. Hospitais, como o municipal Salgado Filho, no Méier, e o federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, tiveram que ligar geradores para manter os serviços essenciais, como as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).

Na Avenida Pastor Martin Luther King Junior, na Zona Norte, moradores, revoltados com a falta de energia elétrica desde a parte da manhã, assim como em Bangu, atearam fogo em caixotes e interromperam a via por pouco mais de cinco minutos, provocando engarrafamentos.

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