Por bferreira

Rio - A menos de cinco meses para a Copa do Mundo, o evento esportivo já rendeu cerca de R$ 280 milhões em negócios para micro e pequenas empresas. Até o fim do mundial, a expectativa é que o faturamento chegue a R$500 milhões, segundo levantamento feito pelo Sebrae Nacional, com base nas rodadas de negociações promovidas nas 12 sedes do evento no Brasil este ano.
Gerente de Grandes Empreendimentos do Sebrae/RJ, Renato Regazzi diz que ainda há muitas oportunidades para os pequenos fornecedores em negócios relacionados à competição da Fifa.

Sabonetes artesanais da empresa carioca Maristela Simões Banho %26 Casa vai enfeitar as suítes do Club Med de Lauro de Freitas%2C na BahiaDivulgação

“Até o momento, quem estava faturando eram os fornecedores de equipamentos e de construção civil para as empreiteiras na construção dos estádios e obras de mobilidade. A partir de agora, podem fazer negócios empreendedores nas áreas de produtos e serviços, que atendam às necessidades de hotéis, lojistas e restaurantes, por exemplo”, explica Renato Regazzi.

Sócia-proprietária da marca Maristela Simões Banho & Casa, de sabonetes e cosméticos artesanais, Maristela aproveitou uma rodada de negócios promovida pelo Sebrae/RJ, entre pequenos fornecedores e grandes empresas, para fechar o primeiro grande contrato da fábrica aberta em 2011. Ela vendeu 500 unidades de seus sabonetes, em formato de sandálias havaianas nas cores verde e amarelo, para o Club Med.

“Sempre fazemos produtos sazonais para oferecer no Dia das Mães, Páscoa, Natal. Quando começou o burburinho da Copa, pensamos em criar produtos que tivesse essa motivação. Participamos de uma rodada de negócios do Sebrae e conseguimos esse contrato”, conta Maristela, que tem uma fábrica artesanal e uma pequena loja em Botafogo.

De acordo com Regazzi, os segmentos que podem se beneficiar com a Copa do Mundo são o de brindes, de confecção, de material gráfico, indústria de alimentos e bebidas nacionais, como a cachaça. “Estamos finalizando um catálogo com informações com produtos e serviços de 100 pequenos e médios fornecedores fluminenses, a ser distribuído para grandes empresas”, disse o gerente do Sebrae/RJ.

Para quem não entrou no guia, Regazzi sugere que participe das rodadas e encontros de negócios promovidos pela entidade de apoio à pequena e micro empresa.

Adequação ao padrão internacional

Conforme o estudo do Sebrae, num primeiro momento, vários setores aproveitaram as oportunidades surgidas. Entre elas, a construção civil que atuou fortemente nas obras das arenas, e os segmentos de madeira e móveis, que além de atender às demandas dos hotéis, têm expandido suas atuações também no exterior.

“Nosso trabalho é mobilizar os empresários para aproveitar as chances, não apenas identificando potenciais mercados, mas também dando todo o suporte para se adequar às exigências dos mercados”, diz o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.

De acordo com o dirigente, quem mais vai faturar com a Copa são as empresas que se prepararam antes e que estão pensando no pós-evento, no legado que ele vai deixar para a competitividade dos empreendimentos.

“Os pequenos negócios que se prepararam e se planejaram para aproveitar as oportunidades geradas pela Copa irão aumentar não só o faturamento como poderão se consolidar tanto no mercado interno quanto externo, uma vez que passarão a atender dentro dos padrões internacionais exigidos a todos aqueles que atuarem durante o mundial”, ressalta Barretto.

Empresários faturam

A paulista Fantastic Brindes é uma das empresas que apostou no momento. Ela criou o Kit Torcedor e mais que dobrou o faturamento em 2013.

“Em junho, a arrecadação era de R$ 150 mil e saltou para R$ 380 mil no final do ano. Neste semestre esperamos triplicar as vendas”, diz o empresário Rubens Lorenzetti.

A Fantastic Brindes fechou orçamentos para 100 mil conjuntos. O kit tem corneta, caneca, apitos, copo, vuvuzela, zumbina e mochila, entre outros produtos.

Já a empresária carioca Solange Mello, do Duo Design Studio, desenvolveu estampas que lembram ícones do futebol e da Cidade do Rio para decorar paredes de bares e residências, a partir do Slim Plastt, um revestimento de azulejo plástico de fácil aplicação.

Com o mesmo material, ela criou porta copos como souvenir para ser oferecidos em pontos de venda para turistas.

Empresa tem mil vagas de trabalho no Maracanã. No país, são 12 mil

A CSM Catering, empresa de hospitalidade e gestão de eventos do grupo CSM Brasil, oferece mil vagas de emprego no Rio de Janeiro para quem deseja trabalhar no setor de alimentos e bebidas no estádios do Maracanã durante a Copa do Mundo. Ao todo, são 12 mil oportunidades nas 12 cidades-sedes da competição em todo o país.

As inscrições podem ser feitas pelo site www.querovestiracamisa.com até o dia 15 de março. Há chances no operacional dos bares e lanchonetes, em funções de supervisão e coordenação, caixas e vendedores. Não há exigências iniciais nem pré-requisitos, exceto ter mais de 18 anos. Os interessados também podem tirar dúvidas sobre o programa por meio do e-mail info@querovestiracamisa.com .

A seleção e contratação vão ocorrer entre março e abril. A documentação necessária está disponível no site. Todos os selecionados passarão por sessões de treinamento específico para o desempenho de cada função, com ênfase no atendimento ao cliente, manuseio e transporte de alimentos e operação dos bares.

Os pequenos e médios empresários que ainda buscam oportunidades para empreender na Copa do Mundo pode acessar o portal www.sebrae2014.com.br, e verificar as ações de abertura de mercado promovidas pelo Sebrae. Eles também devem buscar atendimento presencial nas unidades espalhadas pelo país e mais informações pelo site www.sebrae.com.br ou pelo telefone 0800 570 0800.

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