Rio - Depois de ultrapassar as fronteiras do Rio, chegando a outros estados, o Movimento $urreal ganha agora o apoio de desenvolvedores que criaram aplicativos para celulares, no qual os consumidores podem denunciar em tempo real os estabelecimentos que cobram preços abusivos. Eles também têm como apontar bares e restaurantes em que os valores sejam mais baixos.
O primeiro a entrar no ar é o projeto ‘Cervaonde’, criado por quatro estudantes da PUC-Rio para indicar locais onde é possível beber cerveja a preço justo. Morador do Flamengo e estudante de Engenharia Civil, Fábio Mendonça, 22 anos, reuniu três amigos da disciplina de Empreendedorismo para elaborar mapa eletrônico dos locais que vendem cerveja.
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“Em meados do ano passado percebemos que o preço da bebida já estava muito acima do normal e queríamos dar a opção dos consumidores irem aos bares mais baratos”, explica Fábio.
Junto com as designers Camila Sampaio e Stela Vaz, foram seis meses de trabalho para desenvolver o aplicativo para iPhone, lançado agora em janeiro. Enquanto isso, o colega Augusto Salgado ia de bar em bar na Zona Sul, recolhendo as informações para compor o banco de dados da ferramenta.
O grupo agora vai expandir o mapa para as zonas Norte e Oeste, além de ajustar o programa também para Android. Depois, a ideia é levar o projeto para São Paulo e Belo Horizonte.
De acordo com o estudante, o bairro do Leblon é que detém os preços mais altos. “Estou analisando os valores desde junho e venho modificando no sistema todo mês. A mudança é enorme. Uma tulipa de chope, por exemplo, aumentou R$ 0,60 no último mês. E não é apenas em bares requintados que está mais caro. Atualmente, até o pé sujo está cobrando muito acima do normal”, criticou Fábio.
Criada em janeiro, a página na Facebook Rio $urreal já tem mais de 185 mil curtidas e 75 mil comentários sobre o assunto. Além disso gerou também movimentos em Porto Alegre, São Paulo, Distrito Federal, Belo Horizonte e Recife.
Ainda no Rio, conforme uma postagem publicada na página, um grupo de jornalistas desenvolve, ainda em fase experimental, um formulário eletrônico que abastecerá o banco de dados de um ‘kit-boteco básico’, com os preços de chope, cerveja, batata frita e pastel dos estabelecimentos cariocas. Quem quiser colaborar basta acessar o link http://goo.gl/yNe4RH. Depois, preencher o formulário com os valores encontrados.
Mais rigor na fiscalização do comércio nas praias
As secretarias municipal de Defesa do Consumidor e de Ordem Pública do Rio promoveram ontem nas praias do Arpoador, Ipanema, Leblon e São Conrado o segundo dia de atividades de fiscalização e combate à práticas abusivas contra os banhistas.
A operação ‘Consumidor, essa é a sua praia!’ prossegue hoje nas orlas do Flamengo, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes.
De acordo com a secretária municipal de Defesa do Consumidor e coordenadora do Procon Carioca, Solange Amaral, a partir de amanhã, quem for flagrado na orla com práticas que prejudiquem o consumidor, será notificado, multado, ou, em casos mais graves, pode perder a licença concedida pela prefeitura.
Conforme o Procon Carioca, é obrigação dos comerciantes expor cardápios, tabelas de preços e formas de pagamentos de maneira clara, ostensiva, atualizada e não rasurada. Além disso, os estabelecimentos em áreas turísticas são obrigados a ter cardápios em português, inglês e espanhol.
Ainda segundo o órgão, é proibido elevar sem justa causa ou cobrar preços muito altos ou abusivos; oferecer produto ou serviço sem antes informar o preço de forma clara e ostensiva ao consumidor; cobrar preço diferenciado para cliente local e turista; e praticar venda casada, condicionar o repasse de um produto à aquisição de outro, como aluguel de barraca ao consumo.