Por bferreira

Rio - Não são apenas os foliões que começam a esquentar os tamborins para o Carnaval carioca. Vários setores da economia também esperam ansiosamente a chegada da festa de Momo, que movimentará R$ 2,3 bilhões e empregará cerca de 250 mil pessoas no estado, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. Deste total, cerca de R$ 1,7 bilhão será deixado nas caixas registradoras por turistas que virão à capital durante os dias de folia.

O valor é 10% maior do que a projeção feita pela Riotur ano passado, de R$ 1,58 bilhão. O estudo foi feito em parceria com a Empresa de Turismo do Rio (Riotur).

Dos 920 mil turistas esperados para a festa, 70% são brasileiros, vindos principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Entre os estrangeiros, a maioria é da Argentina, Estados Unidos e França. “Metade dos gastos destes turistas será no setor de hotelaria, seguido por despesas com alimentação e lazer”, afirma Antonio Galvão, estatístico da Riotur.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ), a taxa de ocupação dos hotéis está em 67% do total de quartos disponíveis.

“O aumento da oferta tende a diluir a demanda e impactar diretamente na queda da ocupação ”, afirma o presidente da entidade, Alfredo Lopes. Segundo a associação, de 2010 até este ano, 6.800 quartos foram inaugurados na cidade.

COMÉRCIO TAMBÉM FATURA

O comércio também entrará no samba e vai se beneficiado com o Carnaval. A Associação Comercial do Rio prevê aumento de 5% nas vendas, impulsionadas principalmente por fantasias e adereços. “O Carnaval é um segundo Natal para nós, temos um mês de alta nas vendas, com as duas semanas que antecedem a festa muito aquecidas”, afirma Maiko Riche, 36 anos, dono da loja Maik Mix, no Saara.

A enfermeira Adriana Endlich da Silva, 37 anos, engrossa o bloco de consumidores do mercado popular nesta época.Moradora do Espírito Santo, ela sempre passa o feriado no Rio. “Dou preferência por comprar na Saara porque sei que tem de tudo, a preços baixos”, diz.

Tributação é motivo de reclamação entre lojistas

A alta tributação dos produtos relacionados ao Carnaval incomoda os lojistas do setor. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que itens como adereços e fantasias possuem cerca de 40% de impostos embutidos no preço.

No caso do colar havaiano, por exemplo, a taxação corresponde a 46% do valor de venda. Na máscara de lantejoulas, 42,7% do preço corresponde a impostos. “Quanto mais supérfluo é o item, maior é a taxação”, explica o presidente da entidade, João Elói Olenike.

Dono da loja Super Festas, na Saara no Centro, Eric Martins diz que já deixou de vender produtos por causa de tributos.

“Adereços com luzes a gente não consegue vender. Estamos perdendo clientes, já que precisamos repassar o imposto para os consumidores”, reclama.

Na Casa Turuna, o proprietário Marcelo Servos afirma que freou planos de expandir a loja devido a impostos. “Somente de IPTU, eu pago R$ 3.500 por mês”, afirma.

Peso grande dos impostos

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Tributação e Planejamento mostra o que os impostos representam um grande peso na composição dos preços dos produtos relacionados ao Carnaval. Confira abaixo a carga tributária embutida no valor de cada item vendido pelo comércio:

Água de coco: 34,13%.

Caipirinha: 76,66%.

Cerveja (lata): 55,60%.

Colar havaiano: 45,96%.

Confetes e serpentinas: 43,83%.

Fantasia (roupa com arame): 33,91%

Máscara com lantejoulas: 42,71%.

Pacote de hotel, com ingresso e van para desfile de Carnaval: 36,28%.

Lata de spray de espuma: 45,94%.

Reportagem de Luisa Brasil

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