Rio - A 79 dias para o pontapé inicial da principal competição mundial de futebol, duas das principais centrais sindicais de trabalhadores estão se mobilizando para ir às ruas em defesa do legado da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O objetivo é mostrar que, além das obras de implantação dos equipamentos esportivos e de mobilidade, os eventos aumentaram o número de postos de trabalho e a renda dos trabalhadores em todo o país.
A primeira entidade a se manifestar foi a Central Única dos Trabalhadores, que promete promover ações, com centrais parceiras, contrapondo os discursos de movimentos sociais que prometem “que não vai haver Copa”. Já a Força Sindical também diz ser favorável aos eventos esportivos, mas informa que “o legado não pode ser a qualquer custo”.
Presidente regional da CUT-RJ, Darby de Lemos Igayara afirma que pretende organizar as centrais parceiras em atividades conjuntas, para defender o legado das competições a favor do trabalhador. Segundo ele, todas as pessoas têm direito de ir às ruas protestar contra ou a favor dos eventos. Mas, considera que essas energia deveria ser usada de forma mais propositiva.
“É da democracia, todos podem protestar. Porém, é certo que os eventos vão ocorrer, querendo ou não. Então, por que não aproveitar e protestar de forma mais positiva, somando as forças em prol de melhor qualidade dos serviços e do trabalhador”, destaca Darby.
O sindicalista explicou que a entidade avalia a promoção dos eventos esportivos há bastante tempo, como forma de melhorar o emprego e a renda do trabalhador: “Nossa defesa é por um emprego de qualidade e mais renda. Sabemos que as empresas tentam explorar o trabalhador nessas ocasiões. Então, o que queremos é qualidade, respeito, salário e renda para o trabalhador. Queremos um legado padrão Fifa.”
Também o presidente da Força Sindical, Miguel Torres afirma que a entidade é favorável ao torneio esportivo, mas ressalta estar preocupado com os gastos elevados para a promoção da competição: “As obras geraram empregos e mobilizaram toda a cadeia produtiva da construção. “A Copa gera emprego e visibilidade para o país. Mas, o legado não pode ser a qualquer custo.”
“Não fomos procurados pelo governo, mas, se nos procurarem, queremos saber direito sobre o custo dessas obras. Com os equipamentos prontos, haverá demissões e isso tem que ser debatido”, diz Torres.
Guarda Municipal não vai parar
Os Guardas Municipais do Rio não vão mais fazer greve durante a Copa do Mundo. A categoria aceitou a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura do Rio de Janeiro, em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Os guardas decidiram, em assembleia na última sexta-feira, que vão aceitar o vencimento-básico de R$ 1.200, acrescido de 50% de adicional de risco. A classe aprovou também o plano de carreira proposto pelo município. Com as mudanças, um guarda municipal vai alcançar o topo da carreira em 25 anos.
No acordo apresentado no STF, a classe se comprometeria a não promover qualquer paralisação no período da Copa do Mundo. “Não há mais motivos para fazer greve”, disse Eduardo Cabral, da Frente Manifestante. O aumento será concedido após aprovação de projeto de lei a ser enviado à Câmara de Vereadores. Segundo a Guarda Municipal, a proposta também prevê promoções por tempo de serviço ou meio de concursos para os cargos de comando.