Rio - Sentado diante do gerente de banco, um microempresário aguarda ansioso a liberação de seu empréstimo. O funcionário da instituição financeira observa algo na tela do computador e pergunta: “Em qual restaurante o senhor jantou ontem à noite?”.
A situação fictícia e a pergunta aparentemente despropositada ilustram uma estratégia cada vez mais comum para coibir empréstimos fraudulentos, que é o uso de softwares destinados não só a informações cadastrais usuais — como o número da identidade — mas também dados recolhidos nas redes sociais.
“Há, no mínimo, dois tipos de validação absolutamente necessárias hoje. Primeiro, é preciso checar se o documento fornecido é verdadeiro e válido”, explica Orli Machado, presidente da C&M Software, empresa focada nos segmentos de crédito, cobrança e meios de pagamento. “Depois, é essencial verificar se os dados do documento são realmente da pessoa que o apresentou”, completa ele, que também é defensor dos cadastros positivos como forma de cortar juros dos bons pagadores.
Para ter certeza de que não se trata de uma fraude usando um documento verdadeiro com a foto alterada, por exemplo, vale cruzar dados de institutos de identificação e órgãos emissores com imagens do serviço Google Street View — como acontece no software BrSafe, da BrScan Tecnologia. “Fazemos análise de risco e não só de fraude. O aplicativo pode comparar o endereço comercial fornecido pelo cliente com imagens do Google, para ver que tipo de construção existe no local”, conta Jardel Nogueira Araújo, gerente de Operações da empresa.
Naturalmente, a checagem de dados para fins de concessão de empréstimo é um processo bem mais complexo, que vai muito além da varredura nas redes sociais. No país, existem mais de 180 órgãos emissores e 130 institutos de identificação. Diariamente, a base de dados da BrScan recebe 30 mil documentos digitalizados, que são submetidos à triagem para eliminar repetições, diz Araújo.
As ferramentas digitais também auxiliam no combate à lavagem de dinheiro. “Mensalmente, são registradas no país cerca de 45 mil operações, bem-sucedidas ou não, de abertura fraudulenta de contas para lavagem de dinheiro”, afirma Machado.
Portal dará força à portabilidade de crédito financeiro
Além de auxiliar na identificação de golpes, a internet é empregada para aumentar a eficiência no processo de concessão de financiamentos. Está previsto para hoje o lançamento do Portaki, portal voltado para pessoas físicas e instituições financeiras interessadas em usufruir da portabilidade de crédito financeiro.
A ideia por trás do projeto é de que — a partir de 5 de maio, quando passa a valer a portabilidade — tomadores de empréstimos interessados em reduzir as taxas de juros de seus financiamentos possam interagir diretamente com instituições financeiras cadastradas no site especializado.
Desenvolvido pela C&M, o serviço estará integrado ao Rocket, um aplicativo que permite checar a identidade do cliente por meio de dezenas de perguntas pessoais muito específicas, baseadas em informações coletadas na web.
Joint-venture entre o Itaú e a imobiliária Lopes, a CrediPronto usa uma plataforma que roda na nuvem computacional para facilitar a contratação de financiamentos. A ferramenta permite acompanhar em tempo real o processo de concessão do empréstimo imobiliário, além de fazer a conferência de documentos e o gerenciamento do relacionamento com o cliente.
“Em 2008, quando começamos, o volume de crédito concedido foi de R$ 50 milhões. No ano seguinte, passou para R$150 milhões e, no ano passado, fechou em R$ 2 bilhões”, informa Jonas Jeremias, superintendente de Operações da CrediPronto.
Inicialmente, a empresa optou por servidores e data center próprios, mas para ganhar escala migrou para um serviço de nuvem que dará mais agilidade para a atividade.
Cinco minutos com:
Orli Machado, presidente da C&M Software
O Brasil ficou muito tempo operando somente com listas restritivas, ou seja, você poderia tudo ou não poderia nada. Com o ingresso do MaxxiPositivo, surge nova possibilidade, que é a aplicação de score, que pode delimitar o crédito conforme o perfil de cada um e não somente em lista boa e ruim. O consumidor passa a ser disputado por todos os setores da economia.
1. O destaque do MaxxiPositivo é como a solução vai colaborar para o Cadastro Positivo?
Indiscutivelmente, o Cadastro Positivo vem facilitar os setores que hoje enfrentam grande competitividade e, sem dúvida, as principais funcionalidades que destacam o MaxxiPositivo são: possibilidade de auto-higienização de dados e o one-click-to-buy.
2. Quais são as principais vantagens para o consumidor que se cadastrar?
Com o MaxxiPositivo, se abre nova possibilidade, que é a aplicação de score de Crédito, que pode delimitar o crédito de acordo com o perfil de cada pessoa, e não somente em lista boa e ruim. O consumidor passa a ser disputado por todos os setores da economia, recebendo ofertas condizentes com o perfil.
3. E para as empresas que aderirem ?
A adesão abre a possibilidade de vincular o seu nome a algo novo e que vem chamando a atenção de instituições no país, ganhando destaque na mídia, além de poder conhecer mais e melhor o cliente.
4. Quando falamos em vendas não presenciais, a preocupação com a segurança. Como o MaxxiPositivo atua nesse sentido?
A venda não presencial é hoje um dos principais canais de venda do mundo e o MaxxiPositivo incorporou , por conta da MP 518, a formalização do cadastro, obtendo, assim, dados e registros que os principais comércios eletrônicos não possuem, logo a conferência e a assertividade na venda é plena, desmistificando o risco.
5. É possível que o Cadastro Positivo pode avaliar o risco de crédito? Neste sentido, o que é possível esperar do MaxxiPositivo?
Sim é possível e o que se espera são operações baratas e simples para clientes e empresas.