Por bferreira

Rio - Desde que os ovos de chocolate começaram a aparecer nas gôndolas dos supermercados, a reclamação dos consumidores com relação aos preços tem sido recorrente. De fato, o aumento médio no valor desses produtos na comparação com o ano passado foi de 6,78%. A variação ficou acima da inflação de 6,09% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ovos de Páscoa perdem espaço nas gôndolas de supermercados para barras e caixas de bombomPaulo Alvadia / Agência O Dia

Os ovos de número 21, com 500g, por exemplo, foram os que tiveram a maior alta na média nacional (8,92%). Em 2013, custavam R$ 45,21, em média. Este ano, o preço subiu para R$49,24. No Rio, a oscilação foi menor, de 7,01%. Apesar disso, o produto custa mais caro. Era R$ 47,63 em 2013 e agora sai por R$ 50,97.

Já os ovos menores, de número 20 (350g), tiveram aumento abaixo da inflação. A média nacional foi 5,96%. O valor dos itens era de R$33,94 e este ano passou para R$35,96. No estado, a alta foi de 5,29%, com preços passando de R$ 34,23 para R$ 36,04.

Para escapar dos preços salgados, o economista da FGV, André Braz, recomenda dar preferência aos bombons e barras de chocolate na Páscoa. Porém, se o consumidor fizer questão de comprar ovos, o ideal é não deixar para a última hora. “Os que restaram estão quebrados ou são mais caros”, avalia o especialista.

A estudante Priscila Silva Pinto, 26, sentiu a alta nos preços. “O curioso é que o valor sobe, mas o ovo fica mais leve. Vou presentear a família com bombons”, disse.

Chefe de estratégia de commodity do Saxo Bank, Ole Hansen explica que os chocolates, de um modo geral, encareceram em todo o mundo. “Em março do ano passado, a tonelada do cacau era vendida por US$ 2 mil (cerca de R$ 4,4 mil). Este ano, o preço aumentou em 50%, custando, em média, US$ 3 mil (R$ 6,6 mil aproximadamente)”, disse.

Além disso, tem havido muita procura e pouca oferta do produto. “O mundo inteiro depende, basicamente, de três países para a compra do cacau: Costa do Marfim, Gana e Indonésia. Eles são responsáveis por três quartos da produção mundial que, por sua vez, dependem das boas condições climáticas. Muitas vezes, não há o suficiente para atender a todos”, explica Hansen.


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