Por felipe.martins

Rio - Os fabricantes de bebidas frias criticaram ontem a decisão do governo em reajustar, pela segunda vez em menos de um mês, a tabela de preços do setor e que serve como base para o cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do PIS/Cofins a partir do dia 1º de junho. A estimativa é uma elevação média de 1,3% no custo das bebidas — cerveja, isotônicos e refrigerantes. A Receita Federal espera um aumento de R$ 1,5 bilhão na arrecadação até dezembro.

Em 1º de abril, o órgão havia anunciado a alteração do multiplicador para tributação das bebidas em torno de 1,5%, com previsão de aumento médio de 0,4% nos preços e arrecadação extra de R$ 200 milhões. Na época, a Receita admitiu a existência de estudos de elevação de tributos como forma de compensação ao gasto de R$ 4 bilhões destinados à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Fabricantes de bebidas afirmam que investiram mais de R%24 22 bilhões no setor nos últimos três anos%2C gerando três milhões de empregosEBC

Por meio de nota, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) informou que foi surpreendida pela medida, adotada sem qualquer debate entre empresas e governo. “É importante notar que, em 2014, os preços da cerveja têm sofrido reajustes inferiores à inflação geral, o que torna a medida especialmente inoportuna, já que acontece em um momento em que o setor ensaiava uma retomada, às vésperas da Copa do Mundo, impactando as duas principais paixões do brasileiro, futebol e cerveja, segundo pesquisa do Ibope”, destaca a entidade.

A CervBrasil diz ainda que o setor representa 3% do PIB brasileiro e fez aportes de mais de R$ 22 bilhões no país nos últimos três anos, gerando três milhões de empregos, desde o agronegócio até o pequeno varejo. Caso o novo reajuste seja mantido, a carga tributária das bebidas frias terá sofrido aumento superior a 30% desde abril de 2013, quatro vezes acima da inflação geral no período.]

Para o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, um possível impacto na inflação seria da ordem de 0,02%. Segundo ele, a elevação pode ser absorvida pela indústria, sem atingir o consumidor final. Caso seja repassada, a alta no preço das 15 principais marcas de cerveja ficará em R$ 0,05. No caso da garrafa de 600 mililitros (ml) haverá elevação de R$ 0,12, estima Barreto.

Você pode gostar