Rio - Pela terceira vez em duas semanas, rodoviários do município do Rio fizeram manifestação por melhores salários, no Centro, complicando o trânsito da cidade na hora do rush. A de ontem fechou duas faixas da Avenida Presidente Vargas, sentido Praça da Bandeira, das 17h às 18h30. Um grupo de 300 pessoas seguiu em passeata da Central do Brasil ao prédio da Prefeitura, na Cidade Nova. Os manifestantes ameaçam fazer nova paralisação hoje e prometem piquetes na porta das garagens das empresas para evitar a saída dos coletivos.
Entretanto, a direção do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb-Rio) garante que não haverá greve, afirmando que os participantes do movimento fazem parte de uma minoria radical que está agindo com fundo político e não tem força suficiente para decretar greve.
Contrários ao acordo feito entre sindicato da categoria e empresários, que definiu aumento de 10% e R$140 de cesta básica, os manifestantes reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista (que também é cobrador em algumas linhas de ônibus).
“Há sete anos o rodoviário ganhava cinco salários mínimos. Hoje não chega nem a três. Daqui a pouco vamos receber uma salário mínimo”, reclama o motorista Hélio Teodoro, líder do movimento. Ele diz que esperaram sem sucesso até às 19h30 para serem atendidos por um representante da Prefeitura do Rio.
Em nota, a prefeitura informou que nenhum representante do movimento solicitou audiência. O vice-presidente do Sintraturb Rio, Sebastião José da Silva, esclarece que o aumento foi aprovado em assembleia pela categoria no dia 11 de março. “Antes de discutir o reajuste junto aos empresários, tivemos a cautela de nos certificar das negociações em todo o país. Na maioria dos estados o índice médio foi de 7%”, pondera Silva.
Protesto de vigilantes no desembarque de Dilma
Em mais um dia de manifestação, vigilantes privados estiveram ontem à tarde no Aeroporto de Jacarepaguá, onde desembarcou a presidenta Dilma Rousseff. Eles protestaram contra os baixos salários pagos à categoria e denunciaram que muitas empresas de vigilância não pagariam o adicional de periculosidade.
A presidente desceu do helicóptero e viu os cerca de 80 manifestantes exibindo cartazes e faixas. O Batalhão de Choque acompanhou a movimentação sem interferir. Dilma apenas acenou aos vigilantes.
Em greve há 15 dias reivindicando 10% de aumento, contra 8% oferecido pelos patrões, os manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Ayrton Senna, na Barra, ocupando três faixas da pista, causando congestionamento na via. A PM chegou e, logo em seguida, os trabalhadores da segurança liberaram a via pública. Os grevistas afirmam que 50% dos 50 mil vigilantes estão parados.