Por bferreira

Rio - Micros e pequenas empresas vão ter oportunidades de fazer negócios fora do país durante a Copa. A Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) está oferecendo ajuda para capacitar empreendedores e vai mediar as negociações com clientes estrangeiros. A expectativa é que durante a Copa do Mundo sejam movimentados US$ 6 bilhões em negócios entre exportações e investimentos atraídos ao país. O resultado é o dobro do que foi registrado na Copa das Confederações de 2013.

Quem está empolgada com a possibilidade de gerar mais negócios é a Biotechnos, empresa do ramo de energia renovável, que vai apresentar a Bioplanet. O projeto produz biodiesel para veículos a partir de óleos e gorduras residuais.

Presidente da Biotechnos%2C Márcia Werle recebe convidados na empresa%2C que transforma óleo residual em biodieselDivulgação

“Temos grande expectativa com a vinda dos investidores. Como pequena empresa, nós não conseguiríamos levar o cliente aos estádios, em outros outros lugares. Vamos aproveitar essa aproximação com o investidor. Já estamos recebendo contatos de estrangeiros para conhecer nossos serviços”, disse o coordenador do projeto, Vinícius Puhl.

As micro e pequenas empresas iniciantes no comércio externo podem receber capacitação no Projeto Extensão Industrial Exportadora (Piex), e poderão participar das ações de promoção comercial desenvolvidas pela Apex, que organiza as rodadas de negócios.

“O mundo todo está voltado para o Brasil em função do Mundial. Essa é a oportunidade de mostrar seu produto aos estrangeiros, que virão um Brasil empreendedor que tem tecnologia”, disse o presidente da Apex-Brasil, Maurício Borges.

A Apex estima que 2.300 investidores de 700 companhias estão na cidade pretendendo importar, muitos convidados por grandes empresas para conhecerem suas instalações. No Rio de Janeiro, são 36 empresas estrangeiras de diferentes portes participando das rodadas de negócios.De acordo com o governo federal, a Copa do Mundo de 2014 deve abrir quase 930 oportunidades de parcerias somente para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede.

Para o representante da Biotechnos, o Brasil possui conhecimentos que outros países têm interesse em importar. “Temos uma expertise brasileira. Toda a Copa deveria estar envolvida nisso para mostrar ao mundo o que temos de melhor. Precisamos replicar essa tecnologia em outros países”, acredita Vinícius Puhl, informando que somente no Rio são descartados por ano 90 milhões de litros de óleo, e 1,5 bilhão em todo o país.

Investidores assistem aos jogos enquanto fecham negócios

Em todo o Brasil, as grandes empresas aproveitam a Copa para se relacionar com o investidor internacional. Essas companhias pagam todas as despesas, algumas distribuem ingressos para os jogos. Tudo para atrair os clientes.

A Unicasa Móveis, de Bento Gonçalves (RS), por exemplo, receberá representantes do Uruguai, Paraguai, Argentina e Angola, escolhidos de acordo com as oportunidades de negócios gerados nesses países. Os convidados ganharão passagem, ingressos e hospedagem para assistir aos jogos no Rio e em Porto Alegre.

O escritório do frigorífico Frisa trouxe convidados da Alemanha e da Itália para visitar as instalações e uma fábrica no Espírito Santo. Os países têm volumes crescentes de importação de carne bovina resfriada brasileira.

A Fabrimar, fabricante de metais sanitários, fechou parceria com a Apex para aproveitar a inserção da marca no mercado internacional e aumentar em 100% as exportações de seus produtos. Uma empresa peruana e outra colombiana já estão na fase final das negociações para se tornarem distribuidoras.

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