Por bferreira

Rio - A política de concessão de reajuste salarial que será adotada pelo chefe do Executivo Estadual a partir de 2015 é um tema delicado em qualquer campanha eleitoral e relevante entre os integrantes do quadro de pessoal. A coluna procurou os principais candidatos ao governo do estado para avaliar quais propostas poderiam ser adotadas se eleitos, principalmente, após a sanção de 37 leis que concederam melhorias salariais e têm impacto superior a R$ 480 milhões em 2014.

Na avaliação do senador Marcelo Crivella (PRB), os aumentos são “justos e legítimos e, mais que isso, muito aquém do merecimento pelos bravos servidores do nosso estado”. Segundo ele, “os reajustes foram concedidos somente este ano, provando ser uma manobra eleitoreira do governador, que integra este governo há oito anos.” Sobre a situação orçamentária, Crivella informou que, se eleito, as contas do estado “serão examinadas e geridas com transparência e lisura”.

O deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho (PR) declarou que vai renegociar a dívida do estado com o governo federal: “Hoje está em R$ 81 bilhões, com previsão de chegar a R$ 100 bilhões no fim do ano”. Ele ainda atacou o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB): “Não vou tratar o funcionalismo estadual com a desfaçatez do Pezão, de dar aumento na hora do fim do jogo e para o ano que vem. Quase como quem diz ‘Eu já sei que vou perder e vou deixar para o próximo para pagar’.”

O senador Lindberg Farias (PT) informou que o servidor estadual enfrenta “anos de defasagem salarial”. E, por isso, os recentes aumentos são merecidos. Ele defendeu ser necessário estruturar as categorias com planos de cargos e carreiras e manter diálogo permanente. “Em 2013, durante a greve dos professores, por exemplo, os profissionais do ensino foram agredidos pela polícia nas manifestações. Isso é um absurdo, não pode mais acontecer”, disse Lindberg Farias.

Candidato à reeleição, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) defendeu que “cuidar do servidor público é cuidar do cidadão, pois afinal é ele quem presta serviço à população”. Ele ressaltou que para ter serviço de qualidade é necessário valorizar o servidor, mas que isso não ocorre única e exclusivamente por reajustes.

“Conceder remuneração digna é apenas uma parte, e sempre que possível, com muita responsabilidade fiscal, vamos valorizar os servidores como fizemos nos últimos anos”, disse.

ABAIXO DO NECESSÁRIO

Candidato pelo Psol, Tarcísio Motta avaliou que os reajustes salariais concedidos aos servidores ainda ficaram abaixo do que seria necessário para ocorrer uma real valorização e melhoria da qualidade do atendimento à população. “Os governos Cabral e Pezão nunca tiveram uma política global para os servidores públicos. Na verdade, sua política foi conceder reajustes pontuais e parcelados, negando-se a negociar com as categorias, o que levou a muitas greves”, afirmou.

RECOMPOSIÇÃO

Candidata pelo PSTU, Dayse Oliveira alegou que que apesar de o estado ter sobra orçamentária, contraditoriamente, “sempre concedeu índice de reajuste para o servidor abaixo do que deveria ter dado. “Uma das primeiras medidas será recompor todas as perdas salariais nos últimos anos. E, principalmente, vamos fazer tudo com serenidade e não em envios de projetos para a Alerj ‘toma lá, da cá’, como observamos recentemente com o atual governador”, garantiu Dayse.

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