Por bferreira

Rio - A Previdência Social registrou queda de 35% no número de contratos de empréstimos consignados pessoais no primeiro trimestre deste ano. Em março, último levantamento do ministério, foram assinados 1.041.504 contratos por aposentados e pensionistas do INSS com bancos conveniados ao ministério, num total de R$ 3,543 bilhões movimentados. Se a comparação for feita em relação a fevereiro, a baixa é ainda maior, de 40%. No segundo mês do ano foram fechados 1.737.708 contratos.No Estado do Rio, em março, as instituições financeiras firmaram 95.241 contratos, com liberação de R$ 352,2 milhões de recursos.

Três fatores influenciaram a redução da busca por crédito com desconto em folha de pagamento. O primeiro diz respeito ao grau de endividamento dos segurados que estão pagando empréstimos contratados e ainda não acabaram de pagar. Segundo a Previdência, 88% dos empréstimos são de longo prazo, variando de 49 a 60 meses.

O segundo ponto é relacionado ao que Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site de comparação de produtos financeiros, classificou como maturidade do mercado com a entrada de grandes bancos no ramo do consignado do INSS nos últimos anos, até então dominado por instituições menores.

O terceiro e mais recente motivo tem a ver com a entrada em vigor de novas regras da portabilidade de crédito, que garantem a troca de bancos para o cliente tentar diminuir o custo do empréstimo. O especialista acredita que a busca por empréstimo consignado tende a continuar em queda. Mas apesar isso, muitas instituições continuam a assediar os aposentados com anúncios de facilitação do crédito.

“Com a entrada dos grandes bancos na concorrência, o crédito está mais qualificado. As instituições não oferecem empréstimos a qualquer um. Os correspondentes e os pastinhas, que praticamente sumiram, foram perdendo força e não têm mais tanto a oferecer a clientes com a entrada dos grandes bancos no mercado de consignação”, avalia.

De acordo com dados do INSS, a participação dos grandes já é percebida. O que mais emprestou foi o Itaú BMG Consignado com 24,1% dos contratos em março; Bradesco Promotora, (17,6%); BMG (12,7%); Votorantim (10,2%); Caixa Econômica (6,6%); Itaú (5,75%); e BB (4,23%).

As faixas etárias que mais se comprometem com desconto no contracheque é de aposentados e pensionistas de 60 a 69 anos (418.224 empréstimos).

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