Rio - Em razão das mudanças tecnológicas, muitas profissões acabam se transformando e os profissionais que não acompanham essa mudança perdem espaço no mercado de trabalho. Amplamente compartilhada nas redes sociais, pesquisado site CareerCast mostra a lista dos postos com a maior previsão de queda de contratação até 2022. Em primeiro lugar ficou a carreira de carteiro.
Conforme o levantamento, a popularização dos meios digitais é um dos principais motivos para o desaparecimento da função e as contratações devem cair 28% até 2022. Para o presidente do Sindicato dos Correios, Ronaldo Martins, é necessário que os profissionais do ramo participem da mudança e do novo modelo.
“A tecnologia também trouxe um aumento da entrega de encomendas, já que muitas pessoas compram pela internet. Então essa mudança tem aberto novos caminhos que precisam ser mais explorados”, alertou o presidente.
Profissionais ligados à indústria gráfica e a outros serviços de atendimento ao consumidor também estão sob ameaça. A principal justificativa apresentada é a mecanização da atividade ou a migração dos clientes de uma plataforma analógica para uma digital.
Mas, não é apenas nas metrópolis que as carreiras estão se transformando. Os trabalhadores do agronegócio, por exemplo, também devem se preocupar. Segundo a pesquisa norte-americana, a mecanização do setor vai tirar cada vez mais trabalhadores das lavouras. As contratações nos campos devem diminuir 19% nos próximos oito anos.
Em terceiro lugar ficam os técnicos em medição. Serviços públicos já não precisam mais de tantos funcionários especializados em ler os relógios de água e energia nos imóveis. Por isso, as contratações devem cair 19% no período.
A tecnologia promete transformar outras profissões, como a de jornalistas. O quarto lugar no ranking é dos repórteres de jornal impresso, que estão migrando para o ambiente virtual. Com as mudanças nas redações, os profissionais passam a exercer uma atividade multi-mídia.
Pelo fato de os turistas terem preferido plataformas online para planejar e comprar viagens, também as contratações de agentes de viagem devem recuar 12%. A histórica profissão de lenhador também está com os dias contados. A tecnologia da indústria madeireira tem dispensado esses profissionais e as contratações no setor devem recuar 9% nos próximos anos.
Nos quatro últimos lugares do levantamento ficam as comissárias de bordo, profissionais da indústria produtiva e os agentes de cobrança. A mecanização das indústrias há muito já vem minando o emprego no setor produtivo e promete diminuir ainda mais a contratação dessas profissões entre 4% e 7% nos próximos sete anos.
Atualização na carreira é fundamental
Para Diogo Hudson, diretor da empresa Statux, é preciso que os profissionais ameaçados de perder espaço no mercado de trabalho se atualizem. “Somos uma sociedade capitalista. A tendência é que pessoas sejam trocadas por máquinas. Mas os trabalhadores devem se aproximar da tecnologia e, dessa forma, garantir seu espaço”, orientou.
O especialista também recomenda que a criatividade seja exercitada. Para ele, o segundo passo para não ser esquecido é identificar a necessidade do consumidor final e garantir um trabalho diferente.
“A tecnologia nos abre um leque de opções, então temos que oferecer novas soluções para atividades normais”, diz.
Reportagem de Angélica Martins
