Por bferreira

Rio - A antiga forma de fazer negócios, batendo de porta em porta, ganhou poderosas aliadas: as redes sociais. O setor de vendas diretas movimentou mais de R$ 30 bilhões no país no ano passado e cresce com cada vez mais força ao fazer bom uso de ferramentas como Facebook e Instagram. Para discutir as perspectivas desse mercado, a federação mundial de empresas do setor se reúne em novembro pela primeira vez no Brasil, sob o tema central “Vendas diretas: a rede social original”.

“Esse segmento sempre esteve organizado em redes e tem como base o relacionamento interpessoal, por isso dizemos que é a rede social original. A tecnologia chega para otimizar a relação e ampliar o leque de contatos”, explica Roberta Kuruzu, diretora-executiva da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD).

Segundo a Roberta, o mercado composto por empresas de diversas atividades, como cuidados pessoais e do lar, suplementos nutricionais e serviços, teve um crescimento de 7,2% em 2013, na comparação com o ano anterior no Brasil. O país está hoje entre os cinco maiores mercados de vendas diretas no mundo.

A consultora Shelly Cristine Peclat, 35 anos, começou a vender produtos da Natura aos 21 e durante nove anos foi gerente de relacionamento da marca. Atualmente, voltou a ser consultora para passar mais tempo com o filho e descobriu nas redes sociais uma forma de alavancar os negócios, praticamente sem sair de casa.

“Tenho uma página no Facebook, outra no Instagram e um site que ainda está em construção. As pessoas fazem encomendas e, se moram perto, eu entrego em casa. Se moram longe, envio pelos Correios. Já cheguei a vender para uma brasileira que mora na Coreia do Sul. A sogra dela recebeu os produtos e levou para lá, em uma viagem”, conta.

Shelly lançou sua página no Facebook há cinco meses e já tem mais de 5.500 seguidores. “Todos os dias publico novidades. Como trabalho com estoque para pronta entrega, divulgo os produtos que já tenho em casa. Faço, no mínimo, uma venda por dia. E o valor geralmente é acima de R$ 100. Também ofereço catálogo digital da Natura para as pessoas olharem. Algumas entram em contato comigo até pelo Whatsapp. Hoje, a rede social dá muito certo porque as pessoas quase não param em casa”, diz a consultora.

Consultor da marca Hinode de cosméticos, Walter Rozindo Jr, 42 anos, explica que no começo vendia para amigos e familiares, mas com a internet descobriu um mercado muito mais amplo.

A empresa tem uma loja virtual, o que facilita essa abordagem. O consultor passa a ser o intermediário e recebe uma comissão pelas vendas que faz. Hoje, as redes sociais ajudaram muito esse setor, pois além de permitirem abrangência muito maior, possibilitam até segmentar o público e direcionar o atendimento”, avalia o empresário.

Para Roberta Kuruzu, é importante que os consultores observem as ferramentas que as próprias empresas oferecem na internet para aplicar às vendas. “Buscar dicas de outros revendedores também é sempre uma boa ideia”, afirma.

A 14ª edição do Congresso de Empresas de Vendas Diretas ocorre de 10 a 12 de novembro, no Royal Tulip Hotel, em São Conrado. Mais em www.wfdsa2014rio.com

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