Por adriano.araujo

Rio - No Estado do Rio, existem atualmente 1.361.843 contratos de crédito consignado. A operação foi efetuada por 267.977 servidores ativos, aposentados e pensionistas. Uma média de cinco contratos por pessoa. Na Prefeitura do Rio, há 152.337 transações em atividade, para cerca de 150 mil funcionários no município. Os dados levantados pela coluna revelam o alto grau de endividamento do funcionalismo público.

O economista e professor da Fundação Getulio Vargas, Luís Carlos Ewald, cita que um dos principais atrativos do crédito consignado é o juro mais baixo cobrado pelas instituições bancárias. E, com isso, o servidor pode acabar não conseguindo honrar outros tipos de pagamento.

Para o especialista, o crédito consignado não é o vilão. O problema é o uso descontrolado do cartão de crédito e cheque especial, que se não for adequado, acaba se tornando uma “bola de neve”. “O governo tem adotado uma medida de estímulo do consumo e do endividamento das pessoas, facilitando a oferta de crédito”, argumenta Ewald. Para ele, um bom uso do consignado é para encerrar dívidas com juros mais altos. Contudo, é necessário impor limites para não se endividar novamente.

Para Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec-Rio e da Fundação Dom Cabral, é necessário se aprofundar na educação financeira para não cair em armadilhas: “Há muito desconhecimento por parte da população e para o funcionalismo público não é diferente. É preciso ter conceitos básicos de juros, contas matemáticas, entender os movimentos com relação ao custo do dinheiro, enfim, orientações que faltam até mesmo no ciclo de aprendizado da população”.

Gilberto Braga também destaca que antes de contratar empréstimo consignado é necessário mudar alguns hábitos de vida, como cortar supérfluos e incorporar toda a família no esforço. Essa cautela leva a um bom uso do crédito consignado.

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