Por thiago.antunes

Rio - Os universitários que conseguem estudar por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) precisam estar atentos ao prazo para o aditamento. Os pedidos de renovação, suspensão, transferência, dilatação ou encerramento do benefício podem ser feitos até o fim de outubro, dependendo da instituição de ensino. 

Aluno de Engenharia, Gija Pinheiro, de 21 anos, tem o financiamento desde 2011. Agora, já se prepara para a renovação. “Tenho que me antecipar para não perder a oportunidade. Como tenho 100% de benefício, seria impossível cursar a graduação sem esse programa”, conta o universitário, que mora no Recreio. A instituição onde o jovem estuda, Universidade Veiga de Almeida, está com o aditamento aberto até 30 de outubro. O aluno deve procurar a Central de Benefícios do campus em que estuda e, em caso de dúvidas, ligar para (21) 2574-8888.

O programa financia de 50% a 100% dos encargos educacionais%2C dependendo da renda familiar mensal bruta e do comprometimento da receita com a mensalidadeEduardo Naddar / Agência O Dia

A estudante de Cinema Fabíola Lima, 22 anos, também providencia os documentos para a renovação na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC). “Meu financiamento é de 50% e, mesmo assim, faz toda a diferença. É fundamental ter esse benefício, caso contrário não me formaria”, relata a jovem.

Na PUC, os alunos que contrataram o financiamento em 2013.1, 2013.2 e 2014.1 têm até o dia 30 de setembro. Enquanto os que assinaram o contrato em 2014.2, podem fazer o aditamento até 31 de outubro. O telefone para contato é (21) 3527-1352. Já na Universidade Castelo Branco, o pedido deve ser feito até o próximo dia 1º de outubro e, em caso de dúvidas, o aluno pode ligar para (21) 3216-7700.

Regulamento

O programa Fies financia de 50% a 100% dos encargos educacionais, dependendo da renda familiar mensal bruta e do comprometimento dessa receita com os custos da mensalidade. Apenas alunos com renda familiar mensal bruta de, no máximo, 20 salários mínimos podem requerer o financiamento.

Aluno de Engenharia na universidade Veiga de Almeida Gija Pinheiro tem o financiamento desde 2011 e se prepara para a renovação Eduardo Naddar / Agência O Dia

A taxa de juros é de 3,4% ao ano, e os estudantes só começam a amortizar o financiamento 18 meses após o encerramento do curso. O prazo para quitar a dívida é de três vezes o período financiado acrescido de 12 meses. No caso de um curso com duração de quatro anos, por exemplo, o aluno tem 13 anos para amortizar o financiamento (3 x 4 anos do curso regular + 12 meses).

Diego Bispo, 22 anos, é aluno de Ciência da Computação da Universidade Veiga de Almeida e agradece a oportunidade que o programa deu a ele. “Fazer graduação em qualquer instituição privada é para poucos, mas o Fies me ajudou muito. Sem ele eu não conseguiria fazer o curso que escolhi”, disse o morador de Mesquita.

Programa também financia pós-graduação

- Crédito de R$ 5 bi

O Programa de Financiamento Estudantil (Fies) agora vai atender aos alunos, que pretendem cursar pós-graduação. Para tanto, o governo federal publicou Medida Provisória com crédito extraordinário de R$ 5,4 bilhões.

Segundo o Ministério da Educação, 31.600 alunos matriculados em mais de 600 programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) podem ser beneficiados em 170 instituições privadas brasileiras.

Entretanto, não fazem parte do programa os cursos de pós-graduação lato sensu (especialização e MBA) nem Ensino a Distância. Os alunos que possuem bolsa do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) também não poderão solicitar o financiamento.

- Funcionamento

O princípio é o mesmo do Fies para graduação. Após a matrícula, o aluno pede o financiamento de 50% ou 100% das mensalidades do curso. A renda familiar mensal bruta precisa ser de, no máximo, 20 salários mínimos (R$ 14.480).

As demais informações, como data de início da oferta de vagas, ainda não foram divulgadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De acordo com nota do órgão, o Fies da pós-graduação está em fase de catalogação das instituições de Nível Superior (IES), que querem ofertar as vagas.

- Modelo

Segundo o ministro da Educação, Henrique Paim, o Fies se consolidou com o modelo atual na graduação e tem 1,6 milhão de contratos firmados. “Cerca de 40% dos estudantes matriculados em instituições de Ensino Superior privadas são apoiados pelo Fies e pelo ProUni (Programa Universidade para Todos)”, disse, durante a assinatura do documento que inclui a pós-graduação no programa. “Sabemos que existe uma demanda importante de financiamento nessa área, especialmente nos cursos de mestrado profissional”, acrescentou.

- Plano Nacional

Aumentar o número de estudantes na pós-graduação é uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. O objetivo do PNE é aumentar progressivamente o número de formados em cursos stricto sensu até 2024, de modo a emitir 60 mil títulos de mestrado e 25 mil de doutorado por ano. Atualmente, o número de formados no mestrado é de 42.800 e, no doutorado, 13.900.

Inscritos têm renda de R$ 1.086

O ministro da Educação, Henrique Paim, informou ainda que 83% dos alunos contemplados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) têm renda familiar per capita média de até um salário mínimo e meio (R$1.086). Para o ministro, quando se fala em redução das desigualdades educacionais significa a garantia de que o estudante tenha acesso nas mesmas condições daqueles que não têm registro de desigualdade.

“As políticas afirmativas na área educacional são a verdadeira redenção que nós podemos ter, porque é a partir da educação que vamos garantir a perenidade na recuperação da história brasileira, que passou por séculos de escravidão”, disse Paim.

Outros programas de financiamento também foram citados pelo ministro. Segundo Paim, 37% das vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foram destinadas a cotas e todas as universidades federais já atingiram o mínimo previsto em lei, de 25% das vagas destinadas ao sistema. Ele disse que 52% dos estudantes do Programa Universidade para Todos (ProUni) são negros, pretos ou pardos.

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