Por felipe.martins

Rio - O Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), conhecido como inflação do aluguel, porque é usado como referência de reajuste na maioria dos contratos de locação, registrou alta de 0,2% em setembro, após deflação por quatro meses seguidos, conforme informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em agosto deste ano, o índice teve recuo de 0,27%. Já em setembro de 2013, a variação foi de 1,50%. O índice acumulado em 2014, até setembro, é de 1,76%. Em 12 meses, o IGP-M acumula alta de 3,54% — abaixo do teto da meta da meta da inflação inflação oficial do Banco Central, de 6,5%. O índice é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de agosto para setembro: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de -0,45% para 0,13%, Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,02% para 0,42%, e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), de 0,19% para 0,16%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que calcula os preços no atacado e tem o maior peso no IGP-M, teve avanço de 0,13%. Em agosto, a taxa havia recuado 0,45%. O índice relativo aos bens finais variou 0,06%, em setembro. Em agosto, o grupo de produtos teve queda de 0,13%. Contribuiu para o avanço o subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 0,40% para 1,39%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que apresenta a variação de preços do varejo e também entra no cálculo do IGPM-M, com peso menor, registrou variação de 0,42%, em setembro, ante 0,02%, em agosto. Todas as classes de despesas que compõem o índice registraram acréscimo em suas taxas. A principal contribuição partiu do grupo alimentação (-0,11% para 0,40%), com destaque para o item carnes bovinas, cuja taxa passou de -0,37% para 2,68%.

O grupo alimentação contribuiu para o aumento do índice. A variação do preço das carnes bovinas teve destaque: passou -0,37% para 2,68%Divulgação

Outros itens com grande variação foram gasolina (-0,58% para 0,67%), hotel (-3,55% para 0,13%), tarifa de eletricidade residencial (0,70% para 1,44%), medicamentos em geral (-0,30% para 0,18%), roupas (-0,87% para -0,11%), pacotes de telefonia fixa e internet (-0,21% para 3,29%) e alimentos para animais domésticos (-0,61% para 0,38%).


BC mantém abaixo do teto

Para o IPCA, o Banco Central reduziu ligeiramente sua projeção para este ano, com alta de 6,3% pelo cenário de referência, ante 6,4%. A meta oficial é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O BC vê ainda alta de 5,8% do índice em 2015, um pouco acima da projeção anterior (5,7%), recuando para 5% no terceiro trimestre de 2016.

Depois de adotar um ciclo de aperto monetário que durou um ano e levou a taxa básica de juros (Selic) para o atual patamar de 11% ao ano, desde maio passado o BC não mexe na taxa básica de juros.

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 11 passado, o BC passou a ver que a inflação não é mais “resistente”, mantendo a visão no relatório divulgado mais cedo.

No boletim Focus, a projeção do mercado financeira é de que o IPCA encerrará este ano a 6,31% e em 2015, 6,30%.

A aposta dos agentes econômicos é de que o BC não muda a taxa de juros até o fim do ano.

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