Por marlos.mendes

Rio - O Banco Central elevou para 11,25% ao ano a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira. A decisão foi tomada após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC e surpreendeu o mercado financeiro que esperava a manutenção do patamar em 11%. Em nota, o BC informou que considerou o risco da inflação para aumentar os juros.

No ano, o índice inflacionário acumula variação de 6,14% e, nos últimos 12 meses, de 6,66%, ou seja, fora do teto da meta (6,5%) estipulada pelo governo federal. Analistas avaliam que os chamados preços administrados, como telefonia, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, vão continuar a pressionar a inflação em 2014. Coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Reginaldo Gonçalves acredita que a inflação deve estourar o teto da meta no fim do ano.

“A alta da gasolina, que deve ser anunciada na sexta-feira, é mais um indicativo de que o governo não conseguirá mais segurar os chamados preços administrados. Sem esse controle, ficará muito difícil para o Planalto evitar com que a inflação de 2014 fique abaixo dos 6,5%”, avaliou ontem o coordenador da FASM.

Redução de gastos públicos é uma das medidas mais urgentes a serem tomadas neste momento para o especialista Reginaldo Gonçalves. “O governo federal precisa fazer a lição de casa. Não é possível continuar com 39 ministérios”, comenta Gonçalves.

Murilo Wendler, de 21 anos, gerente do Shopping das Frutas, na Lapa, reclamou dos juros altos. “O governo precisa usar outros mecanismos para deter a alta inflacionária”, avalia o comerciante.

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