Por bferreira
Rio - Os brasileiros mantêm a velha mania de deixar as compras de Natal para a última hora. Estudo feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz em todas as capitais do país estima que 17 milhões de consumidores vão comprar as lembranças faltando uma semana para o dia 25 de dezembro. Para especialistas, o comportamento pode levar a gastos maiores, por isso, redobrar o cuidado com o orçamento é importante.
Brasileiros mantêm a velha mania de deixar as compras de Natal para a última horaMárcio Mercante / Agência O Dia

Neste ano, o gasto médio com o presente de Natal vai aumentar. Passará de R$86,59 em 2013 para R$122,40, segundo a pesquisa. Por outro lado, o número médio de presentes comprados deve permanecer estável: 4,3 por consumidor. A pessoa mais presenteada será a mãe, com 56% das intenções, seguida pelos filhos (53%) e pelo cônjuge (52%).

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, deixar as compras natalinas para a última semana não é boa opção a quem pretende gastar menos. “Se o consumidor comprar em cima da hora, não tem tempo para pesquisar preços e, consequentemente, desembolsa mais. Sem mencionar o risco de não encontrar o produto desejado e ter que optar por um bem mais caro”, explica.
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É o caso da autônoma Auxiliadora de Souza Rabelo, 42 anos, que começou a comprar os presentes ontem com a sogra Raimunda do Carmo Brito, 71. “Na correria, não deu para comprar antes. Só vou ter tempo de ir em busca de todos os presentes na segunda-feira. Acho que quem compra com bastante antecedência paga mais barato, mas eu nunca consigo”, diz Auxiliadora.
Já a professora Priscila Martins, 20, garante que compra as lembranças de Natal com antecedência todos os anos. “Deixar para cima da hora é muita loucura. Prefiro ir antes porque consigo escolher com calma. Só deixei o presente da minha tia para esta semana, pois já havia escolhido, só faltava ir na loja”, conta.
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A pesquisa também mostra que apenas 5% dos entrevistados disseram que vão deixar de comprar o presente agora para aproveitar as liquidações de início de ano. Este percentual sobe para 13%, nos consumidores com mais de 50 anos e cai para 0% entre os de 25 a 34 anos.
Cartão de crédito é aliado, se consumidor souber usar
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Educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli explica que o maior problema de compras na última semana não é, como se pensa, o aumento nos preços. Mas, sim, a pressa. “O que acontece, realmente, é na cabeça da gente. Começamos a perder a relação de valores. Adquirimos um produto com valor mais alto que gostaríamos, pois queremos comprar logo. Começamos a fazer as coisas de forma descontrolada”, afirma.
Segundo Marcela Kawauti, o consumidor acaba dando menos importâncias aos detalhes e cede às compras impulsivas. “Sem falar no estresse ocasionado pelas longas filas nos caixas e pela dificuldade para encontrar vaga nos estacionamentos”, adverte. O ideal, segundo a economista, é fazer uma lista com todos os presenteados e levar o dinheiro contado que se quer gastar.
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Vignoli também aconselha que o consumidor avalie bem a lista antes de ir às compras. “Muitas vezes não há necessidade de dar presentes para todas aquelas pessoas”, diz.
Para ele, no caso de gastos muito altos, o cartão de crédito pode ser uma boa alternativa, pois mantém o fluxo de caixa. “É um grande aliado no controle das finanças, desde que o consumidor saiba usá-lo e pague as faturas em dia. No caso de pagamentos à vista, vale a pena pedir desconto”, avalia o educador financeiro.
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