Por bferreira
Rio - Por mais um ano o piso regional do Estado do Rio só será definido no ano seguinte. Como o Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda (Ceterj) só formalizou ontem as duas propostas a serem encaminhadas à Casa Civil, o reajuste não teve tempo hábil de ser aprovado na Alerj. Ontem foi o último dia de trabalho no Legislativo, que entrou em recesso. Resultado: o reajuste só será definido em fevereiro de 2015, quando os deputados retornam ao trabalho.
A falta de consenso entre os membros do conselho sobre o percentual é a razão do adiamento. Enquanto as centrais sindicais propuseram 19,67% de reajuste, a classe empresarial ofereceu 6,23%. As duas propostas serão apreciadas pelo governador Luiz Fernando Pezão, que precisaria definir o percentual em tempo hábil para ser votado na Alerj ainda esse mês. “Enquanto nós formalizamos nossa proposta no dia 28 de outubro os patrões só fizeram isso hoje (ontem). Tivemos que marcar uma reunião extraordinária para, no fim decidir, que enviaremos duas propostas para a Casa Civil”, reclama Indalécio Wanderley, representante da CUT-RJ no conselho. “Outro absurdo é oferecerem apenas 6,23% quando o salário mínimo nacional deve ser reajustado em 9%”, acrescenta.
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Natan Schipper, representando a Fecomércio no conselho, minimizou o atraso dizendo que os trabalhadores receberão a diferença retroativa. Disse ainda que os 6,23% são a reposição da inflação. “Os empresários estão receosos que o índice fique muito acima do que eles podem pagar porque também será votada a redução de faixa salarial, de nove para seis faixas. Isso já representaria um aumento nos valores pagos”, explica Schipper. No que se refere às faixas, as centrais sindicais propuseram reduzir de nove para cinco.