Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A disparada do dólar, pós as eleições de outubro quando a divisa ainda girava em torno de R$ 2,50, fez cair vertiginosamente a procura por viagens para o exterior. Conforme levantamento da reportagem em algumas agências de turismo, a queda no interesse por pacotes internacionais (passagem aérea e hospedagem) diminuiu em até 50%. Na terça-feira a moeda atingiu a marca de R$ 2,73, a maior alta desde 2005. Ontem, o dólar fechou em R$ 2,65.

Gerente da agência de viagens Mar-tha Rio, Cristiana Chao diz que nas últimas semana a procura por viagens para o exterior caiu de 40% a 50%. “Realmente o pulo do dólar fez diminuir a procura por viagens ao exterior, mesmo não havendo desistências por enquanto. Quem já comprou, vai viajar, mas as pessoas estão planejando a ir em menos países. Entretanto, as idas aos estados brasileiros aumentaram neste fim de ano, em relação ao mesmo período de 2013”, conta a executiva.

Ivo Martins (em primeiro plano) espera não usar o dólar durante a viagem e evitar o cartão de crédito Bruno de Lima / Agência O Dia

Sócia da agência Check In, Fernanda Guimarães afirma que, desde o fim das eleições e o início da elevação do dólar, cerca de 30% das reservas não se efetivaram. E, segundo ela, quem já tem o aéreo fechado, optou por escolher uma hospedagem mais barata ou aluguel de carro mais simples. “Nesse período de férias, a procura por viagens de lazer é um pouco maior do que as corporativas. Com a alta do dólar, percebemos um interesse maior por destinos nacionais, mesmo sendo um pouco mais caros que os destinos internacionais”, avalia Fernanda.

De acordo com a empresária, atentas ao desaquecimento das viagens internacionais, algumas empresas aéreas já estão com promoções após o Carnaval de 2015. No período entre 19 e 26 de fevereiro, por exemplo, a Copa Airlines oferece passagem para Miami a US$470 (R$ 1.245). Para Cancún, na mesma data, o bilhete individual custa US$505 (R$ 1.338). “É quase a metade do preço normal”, aponta Fernanda.
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Mesmo com o dólar alto,ontem na Mar-tha Rio, o empresário Ivo Moraes adquiria um pacote para a toda a família conhecer a Europa em janeiro. “Não há muito o que fazer, temos que encarar que o dólar está subindo muito. A solução é evitar o máximo a moeda, pagando apenas alguns pacotes em dólar, mas na viagem não usaremos. Vamos levar euro e evitar o uso do cartão de crédito, para não ter susto quando voltar”, explica Ivo.
Já a aposentada Dioneida Rodrigues preferiu viajar para o Nordeste no fim do ano. “O aumento do dólar me pegou de surpresa e me arrependi de não ter comprado um pacote para o exterior meses atrás. Se eu soubesse que ia subir tanto, teria comprado antes. Agora a moeda está cara, então vou para Natal”, conta Dioneida.
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Cuidados com os gastos nas férias
Atenção para não estourar o orçamento com o uso do cartão de crédito. Ao comprar com a forma de pagamento em algum país que use dólar, o pagamento no Brasil será feito de acordo com a cotação do dia do pagamento, além das taxas como IOF.

Procure e verifique com atenção as promoções de última hora feitas pelas agências de turismo, companhias aéreas e sites de compras coletivas.

Se optar por pacotes de viagem, analise várias agências, pesquise preços, condições depagamento e outros detalhes.

Cuidado com longos parcelamentos para não comprometer ainda mais a renda. O início do ano concentra muitos impostos e contas extras, como IPVA, IPTU, material e escolar, além das despesas com as próprias férias.

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Conte com a ajuda da internet para pesquisar informações sobre os hotéis e pousadas. Procure nos sites de hospedagem, que muitas vezes têm tarifas mais baixas. Também, verifique as despesas não inclusas na estadia.
Empresa tem câmbio menor

Com grandes volumes de reservas, a CVC, uma das principais operadoras do país, oferece aos clientes o câmbio reduzido por períodos limitados, variando conforme o destino e a cotação da moeda. Ontem, com o dólar turismo em torno dos R$2,80, a empresa cotava alguns pacotes a R$ 2,38. Segundo a operadora, as cidades mais procuradas são Flórida, Buenos Aires, Cancún, Punta Cana, Santiago, além dos cruzeiros pela costa brasileira.
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*Colaborou Angélica Martins
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