Por bianca.lobianco
Rio - Se já não era aconselhado pelos especialistas, o cheque especial agora se tornou uma opção ainda pior para quem precisa pegar dinheiro emprestado em banco. A taxa de juros cobrada pela modalidade subiu nove pontos percentuais de novembro para dezembro e chegou a 200,9% ao ano. Esse é o maior nível em quase 16 anos, desde fevereiro de 1999, quando era de 204% ao ano.
Segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central, os juros da modalidade de crédito acumularam alta de 52,7 pontos percentuais durante o ano passado. Já o saldo das operações desse tipo de empréstimo fechou 2014 em R$ 20,996 bilhões, com queda de 5,8% na comparação com novembro e elevação de 3,8% em 12 meses.
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De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, o recuo registrado em dezembro é natural. “As pessoas recebem o décimo terceiro salário e usam esse recurso para sair do cheque especial. Isso faz com que o saldo baixe no final do ano”, destacou ele.
Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a taxa do cheque especial só perde para a cobrada pelos cartões de crédito, que também atingiu, em dezembro, o maior nível desde 1999. Com juros de 258,26% ao ano, uma dívida de R$100 chegaria a R$358,26 em 12 meses.
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Já os juros para pessoas físicas alcançaram 43,4% ao ano, em dezembro de 2014. Caiu 0,7 ponto percentual em relação a novembro, quando estavam em 44,1%. Mas as taxas acumulam crescimento de 5,4 pontos percentuais no fechamento do ano.
No crédito consignado, os juros atingiram 25,9% ao ano no fim de 2014 — alta de 0,2 ponto percentual em relação a novembro e de 1,5 ponto percentual em um ano. O saldo das operações na modalidade é de R$354,1 bilhões em dezembro, com crescimento de 0,9% em relação a novembro e 13,6% no ano.
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Dólar 
O dólar recuo ontem 0,77% e ficou cotado a R$2,57. A queda foi motivada principalmente pela divulgação de números sobre o consumo de bens duráveis nos Estados Unidos . Foi a quarta sessão seguida em que a divisa fechou abaixo de R$ 2,60. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,7 bilhão.
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De acordo com o mercado, as encomendas de bens de capital nos Estados Unidos baixaram inesperadamente no fim do ano. Os dados foram divulgados na véspera da decisão de política monetária do Fed, o Banco Central norte-americano.
As medidas de ajuste fiscal adotadas pela equipe econômica do governo, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, desde o fim do ano passado também têm agradado investidores e contribuído para deixar o dólar abaixo de R$ 2,60. O divisa norte-americana ampliou a queda ante as principais moedas, como o euro, que ontem fechou a R$ 2,92, com queda de 0,08%.
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